Folha de S. Paulo


Greve de motoristas deixa moradores de Natal sem ônibus

Motoristas e cobradores de ônibus paralisaram as atividades nesta quinta-feira (12) em Natal. Segundo a prefeitura, apenas 30% da frota de ônibus está em circulação.

Além de Natal, Fortaleza é outra das cidades-sede da Copa com paralisação do transporte coletivo. Na capital cearense, a greve está programada para a próxima segunda-feira (16).

Os motoristas pedem aumento de 16% no salário e reajuste no vale-alimentação, entre outros. Em assembleia na manhã desta quinta-feira, os trabalhadores decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado.

Uma nova reunião entre trabalhadores, empresas e prefeitura foi realizada hoje, mas não houve acordo. O Ministério Público do Trabalho tentou negociar a suspensão da greve até o fim da Copa, oferendo abono aos trabalhadores. Como a categoria não aceitou a proposta, o movimento continua.

A prefeitura estuda publicar uma portaria em que regulamenta o transporte alternativo.

A ideia, assim, é convocar ônibus fretados, vans e lotações para atender a demanda de transporte. Nesta sexta, a Arena das Dunas será palco do jogo entre México e Camarões, seleções do grupo A da Copa e que vão jogar com o Brasil nos próximos dias.

Além dessa partida, outros três jogos do Mundial serão realizados em Natal, capital nordestina que depende dos ônibus para o deslocamento ao estádio da Copa.

LIMINAR

Após o início da greve, o Tribunal Regional do Trabalho concedeu uma liminar que determina o funcionamento de 70% da frota nos horários de pico, entre 5h e 9h e das 16h às 20h, e 50% nos demais horários.

Uma liminar semelhante já havia sido concedida na tarde de quarta-feira, mas apenas para os ônibus da região metropolitana e o transporte intermunicipal. Agora, a medida se estende para a frota urbana de Natal.

A decisão prevê multa diária no valor de R$ 100 mil caso seja descumprida.

A Folha tentou ligar para o Sintro-RN, que representa os motoristas e cobradores, mas não conseguiu contato.

O Seturn, sindicato que representa que as empresas de ônibus, afirma não tem condições de atender às reivindicações dos trabalhadores sem um reajuste na tarifa de ônibus, hoje a R$ 2,20, e que não ocorre há três anos, diz.

Segundo Nilson Queiroga, consultor-técnico do Seturn, outra possibilidade seria obter uma isenção em parte dos impostos, o que já ocorre em outras capitais, afirma.


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