Folha de S. Paulo


Rebelo diz que decisão judicial sobre greve do metrô de SP é definitiva

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, disse, na tarde desta segunda-feira (9), que o governo federal considera que a decisão da Justiça de São Paulo, que considerou como abusiva a greve dos metroviários na capital paulista, encaminhou a questão para uma decisão definitiva.

Rebelo respondia a uma pergunta feita durante coletiva de imprensa no Centro Aberto de Mídia, instalado no Forte de Copacabana, na ponta direita da orla do bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro.

A coletiva de inauguração do espaço foi a última do ministro antes do início da Copa do Mundo, na próxima quinta. Ele se esquivou de responder sobre se o governo estaria preocupado com a greve e o que o Planalto poderia fazer sobre a questão.

"Já há uma decisão judicial em relação à greve que aponta para uma solução definitiva do movimento porque a legislação do Brasil que ao mesmo tempo que ampara, protege e prevê a legalidade dos movimentos grevistas é também a mesma que em determinadas circunstâncias considera a abusividade desses movimentos", disse Rebelo.

Segundo o ministro, ontem à noite, em conversa por telefone com o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB), sobre essa decisão judicial. Ele, no entanto, não deu detalhes sobre a conversa e repetiu a tese da solução definitiva que, na prática, não ocorreu durante a manhã e tarde na capital paulista.

"Ontem a noite ainda eu falei com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre essa decisão da Justiça e acho que a própria decisão encaminha para uma solução definitiva para fazer prevalecer, naturalmente, a lei no país, sem desrespeitar o movimento enquanto ele esteve protegido pela legalidade", disse.

PARALISAÇÃO

Mesmo com a decisão da Justiça, que considerou a greve abusiva e determinou o reajuste de 8,7% –mesmo percentual proposto pelo Metrô–, parte da categoria não retornou ao trabalho e três das cinco linhas de metrô operaram parcialmente nesta segunda-feira.

Os metroviários tiveram uma nova reunião com o governo estadual no final da tarde desta segunda e pediram a revogação de demissões de grevistas, mas o pedido foi rejeitado pelo governo. Com isso, haverá uma assembleia ainda nesta noite para confirmar se a paralisação continuará ou não.

Por volta das 19h, estavam operando normalmente as linhas 2-verde, 4-amarela e 5-lilás, além de parte das linhas 1-azul e 3-vermelha. Ao todo, eram 50 estações operando de um total de 65, contando as da linha 4-amarela, que opera sob concessão.

Os metroviários pediam 12,2%. O último reajuste da categoria foi de 8% frente a um INPC de 7,2%, no ano passado. O piso atual é de R$ 1.323,55.


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