Folha de S. Paulo


Metroviários se dividem quanto à continuidade da greve

Em reuniões que antecederam a assembleia dos metroviários que irá decidir, neste domingo (8), sobre a continuidade da greve, os trabalhadores mostraram-se divididos.

Operadores de trem, funcionários da vigilância e agentes que trabalham nas estações de metrô reuniram-se antes da assembleia geral da categoria para discutir o posicionamento de cada setor.

A maioria dos vigilantes e os agentes de estações apoiou a continuidade da greve. Gritos de "Greve!" e "Não tem arrego!" foram ouvidos no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, zona leste da capital, onde acontece a assembleia.

Operadores de trem, porém, demonstraram apoio parcial à proposta. Metade dos trabalhadores bateu palmas diante da proposta de encerrar a greve.

"Estou dividida. Metade de mim acha uma desaforo encerrar a greve agora. Metade pensa nas minhas dívidas, com medo de demissão", disse uma agente que trabalha em uma estação –ela não quis informar qual.

No começo da assembleia, às 14h40, trabalhadores de todos os setores do metrô deram as mãos e cantaram juntos: "Metroviários unidos jamais serão vencidos!".

O presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres, ressaltou que todos os setores decidirão juntos sobre o futuro da greve e que o resultado da assembleia será respeitado.

JULGAMENTO

Nesta manhã, a Justiça decidiu que a paralisação iniciada na quinta-feira (5) é abusiva e estabeleceu multa de R$ 500 mil para cada dia de greve a partir deste domingo. Para os quatro dias parados anteriores ao julgamento, o valor é de R$ 100 mil.

Os desembargadores também estabeleceram o percentual de 8,7% de reajuste salarial aos metroviários, último valor oferecido pelo Metrô. A categoria pede 12,2%. O tribunal decidiu ainda, por unanimidade, que os dias parados sejam descontados do salário dos metroviários.

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RAIO-X DOS METROVIÁRIOS¹

9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação:
3.136 operadores
1.206 oficiais de manutenção
1.147 seguranças
1.016 técnicos
Piso: R$ 1.323,55
Orçamento do sindicato: R$ 5,5 milhões/ano
Data-base: 1º de maio

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NEGOCIAÇÃO

Reivindicação dos metroviários: 12,2%, reivindicação anterior era de 16,5%

Proposta do governo do Estado: 8,7%, proposta anterior era de 7,8%

Último reajuste concedido: 8%, ante INPC de 7,2%, no ano passado

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HISTÓRICO DE GREVES NO METRÔ²
23.mai.2012
2 e 3.ago.2007
14.jun.2007
15.ago.2006
17 e 18.jun.2003
25 e 26.jun.2001
2.jun.2000
9.dez.1999
24.nov.1999

¹Em dez.2013
²Paralisações que acarretaram na suspensão do rodízio de veículos
Fonte: Metrô, Sindicato dos Metroviários, CET


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