Folha de S. Paulo


Em crítica a Alckmin, Skaf defende racionamento e 'atitude' contra grevistas

O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, Paulo Skaf, defendeu racionamento de água do sistema Cantareira e "atitudes" contra a greve dos metroviários deflagrada nesta quinta-feira (6). O discurso, em tom de crítica ao governador e pré-candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB), foi feito após evento em que oficializou o ex-presidente da OAB José Roberto Batochio (PDT) como vice em sua chapa.

"Nós falamos muito em crise da economia e crise na política, mas uma crise muito importante hoje é a crise de autoridade. Hoje a ausência do governo é muito grande", disse Skaf. Segundo ele, "a reserva do sistema Cantareira, da maneira que está, dá para cinco meses" e, até outubro, "o sistema vai zerar".

Skaf diz que "como o governo não investiu em aumentar os reservatórios" e em reduzir os vazamentos, "agora não há tempo para fazer nada disso". "Teria que reduzir a captação para que essa reserva dê para mais tempo. Vá até março, abril, porque aí é o período das chuvas. O que chama isso? Racionamento", afirmou.

Diego Tomassini/Divulgação
O pré-candidato Paulo Skaf (PMDB) anuncia o ex-presidente da OAB, José Roberto Batochio (PDT), como vice em sua chapa
Paulo Skaf anuncia o ex-presidente da OAB, José Roberto Batochio (PDT), como seu vice na chapa

Segundo comunicado divulgado no dia 3 pelo grupo de crise formado por ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado), a água do sistema Cantareira se esgotaria, no pior cenário, em outubro. O cálculo já inclui o "volume morto" –reserva de água abaixo da captação das represas, que começou a ser bombeada em 15 de maio– e considera uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) baixa, igual a 50% da mínima histórica do período.

Para Skaf, há uma "irresponsabilidade total" em não reduzir mais a captação de água do sistema. "Por razões políticas não se enfrenta o problema com coragem, de frente e transparência, porque já houve uma redução de 20% na captação e fica se negando o racionamento. O racionamento já iniciou. Tem pessoas declarando que há dias estão sem água", disse.

GREVE

O peemedebista também comentou que o governo tem que "tomar atitudes" contra a greve dos metroviários. No entanto, ele não especificou quais seriam as medidas. "A lei precisa ser cumprida. Ele [o governador Geraldo Alckmin] não pode permitir que uma categoria incomode a milhões de pessoas", afirmou.

Nesta sexta, segundo dia de greve, 31 das 61 estações do metrô estão fechadas. A Justiça determinou que 70% dos trens do metrô estejam em circulação nos horários normais e 100% nos horários de pico -6h às 9h e das 16h às 19h, o que não tem sido cumprido pelo sindicato.

O pré-candidato peemedebista diz que, na greve dos rodoviários de São Paulo, ocorrida nos dias 20 e 21/5, o governador devia ter contado com o apoio da polícia para reprimir o protesto. "Era um problema típico de segurança pública. Esses motoristas não tinham esse direito. Poderia ser o caso de uma prisão em flagrante. Todos os nomes eram conhecidos que estavam em serviço naquela hora. Por que não foram instaurados inquéritos policiais?", questionou.

Segundo ele, "uma categoria não pode incomodar a milhões de pessoas". "Não tenha dúvidas que tem que tomar atitudes sim [sobre os metroviários]. A lei precisa ser cumprida", afirmou.


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