Folha de S. Paulo


'Dia de hoje não será fácil', diz secretário dos Transportes de Alckmin

O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, disse que o metrô está capacitado para operar parcialmente o dia inteiro nesta sexta-feira na cidade de São Paulo. Segundo ele, há de 350 a 400 funcionários a disposição para trabalhar.

Mesmo assim, segundo Fernandes, "o dia de hoje não será fácil para todos os cidadãos da capital paulista". O secretário, em entrevista a TV Globo, argumentou que os grevistas radicalizaram e tentaram impedir funcionários de entrar no trabalho. Segundo ele, a PM foi acionada para assegurar o funcionamento do metrô.

"Estamos tomando de volta o que é da população. Ontem conseguimos colocar em funcionamento 38 das 67 estações e hoje vamos avançar", disse.

Na estação Ana Rosa, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo, houve confronto entre policiais da Tropa de Choque e grevistas que faziam piquete. No mesmo local, um grupo de estudantes exigia a liberação das catracas sem pagamento de passagem.

"Catraca livre não é solução. Quando [na quinta] o sindicato propôs catraca livre, não havia garantia de que todos [grevistas] iriam trabalhar", afirmou.

A GREVE

Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia realizada na noite de ontem (5), manter a paralisação nesta sexta-feira. A categoria participou de uma nova audiência com o Metrô durante a tarde, mas não chegou a um acordo.

Na reunião, os metroviários sugeriram reajuste de 12,2% –antes era 16,5%–, mas os representantes do Metrô afirmaram que não existe possibilidade financeira de conceder reajuste maior que 8,7%. O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, lembrou que o aumento nos benefícios resultarão em aumentos de 10,6% a 13,3%.

Também na audiência, os metroviários votaram se trabalhariam nesta sexta-feira contanto que fossem liberadas as catracas. Nessa hipótese, a categoria aceitava ter os salários descontados pelo dia. A medida, porém, só seria tomada caso o Metrô aceite a possibilidade.

Ao longo da tarde, responsáveis pelo Metrô rejeitaram a ideia e disseram que também não haveria chance de ser aceita no futuro.

Ao todo, 24 das 61 estações administradas pelo governo estadual permaneceram fechadas durante a quinta-feira.

Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, 3,9 milhões de passageiros foram afetados diretamente pela greve ontem.

Com a paralisação, o sindicato que representa a categoria corre risco de pagar R$ 100 mil à Justiça, a qual determinou que 70% dos trens do metrô estejam em circulação nos horários normais e 100% nos horários de pico – 6h às 9h e das 16h às 19h.

O piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55. A data-base é de 1º de maio.

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RAIO-X DOS METROVIÁRIOS¹

9.475 funcionários, sendo 2/3 responsáveis diretos pela operação:
3.136 operadores
1.206 oficiais de manutenção
1.147 seguranças
1.016 técnicos
Piso: R$ 1.323,55
Orçamento do sindicato: R$ 5,5 milhões/ano
Data-base: 1º de maio

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NEGOCIAÇÃO

Reivindicação dos metroviários: 12,2%, reivindicação anterior era de 16,5%

Proposta do governo do Estado: 8,7%, proposta anterior era de 7,8%

Último reajuste concedido: 8%, ante INPC de 7,2%, no ano passado

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HISTÓRICO DE GREVES NO METRÔ²
23.mai.2012
2 e 3.ago.2007
14.jun.2007
15.ago.2006
17 e 18.jun.2003
25 e 26.jun.2001
2.jun.2000
9.dez.1999
24.nov.1999

¹Em dez.2013
²Paralisações que acarretaram na suspensão do rodízio de veículos
Fonte: Metrô, Sindicato dos Metroviários, CET


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