Folha de S. Paulo


Professores completam 4 dias acampados em frente à Prefeitura de SP

Um grupo de professores da rede municipal de São Paulo completou nesta segunda-feira (2) quatro dias acampados na frente da prefeitura. Com faixas e gritos de ordem, os manifestantes chegaram a impedir o tráfego de carros no viaduto do Chá nesta tarde, mas já tinham retornado às calçadas por volta das 18h.

Os professores, que estão em greve há 40 dias, começaram a montar barracas na calçada em frente à prefeitura na noite da última quinta-feira (29), e devem fazer na terça-feira (3) uma nova assembleia para decidir se manterão a paralisação e o acampamento. Também está programado para terça um novo ato na frente da Câmara Municipal, no viaduto Jacareí.

A categoria pede a incorporação imediata do abono de 15,38%, anunciado no início do mês para quem recebe o piso. O percentual elevou o piso dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula, com nível superior, para R$ 3.000 –o valor era em torno de R$ 2.600. O sindicato, porém, pede que ele seja incorporado ao salário, e não fique apenas como bônus.

A categoria também quer que o percentual seja estendido aos demais servidores da educação, não apenas para quem recebe o piso. Os sindicatos afirmam que ele atinge apenas 16 mil professores de um total de 60 mil.

A prefeitura diz que já concedeu, neste ano, reajuste de 13,45% nos salários de todos os professores. Os que já recebiam um abono para atingir o piso da categoria, porém, não sentiram o aumento. Isso porque o percentual apenas substituiu parte do bônus. Por conta disso, a gestão Haddad afirma ter concedido o abono de 15,38% apenas a quem recebe o piso.

Ainda de acordo com dados da prefeitura, em 2010, o piso dos professores com nível superior para 40 horas semanais (25 com os alunos 15 adicionais) era de R$ 2.292,17. A proposta do prefeito Fernando Haddad (PT) para este ano sobe esse valor para R$ 3.000. O ganho real é de 3,6%.

Além do salário, os manifestantes também reivindicam melhoria nas condições de trabalho, o fim das terceirizações, e o cancelamento da implementação do Sistema de Gestão Pedagógica.


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