Folha de S. Paulo


Com protesto de servidores, Dilma inaugura conjunto habitacional no Rio

Em clima de campanha, a presidente Dilma Rousseff inaugurou, no início da tarde deste domingo (1), mais uma obra inacabada do conjunto habitacional da antiga fábrica da CCPL, em Manguinhos, Benfica, zona norte do Rio.

Enquanto isso, cerca de 100 servidores federais das áreas de saúde e educação, além da Frente Internacional dos Sem Teto, protestavam na entrada das unidades por melhorias no trabalho.

Com balões, cartazes, faixas e carro de som, os ativistas pediam para "Dilma negociar". Militares das Forças Armadas e policiais militares do Batalhão de Choque cercaram a entrada do conjunto habitacional e fizeram uma corrente para impedir a passagem dos manifestantes. Apesar do bloqueio, não houve tumulto.

O grupo ainda criticou os gastos com a Copa.

"É um absurdo que as obras da Copa tenham custado bilhões enquanto os nossos hospitais estão caindo aos pedaços, sem condições de atender a população com qualidade, além dos maus salários dos servidores", lamentou Cristiane Gerardo, do Sindsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro).

A comitiva da presidente, no entanto, só passou de carro em meio à manifestação na porta do conjunto. Dilma não falou com os ativistas, nem com jornalistas.

A presidente participou da entrega simbólica das chaves de 564 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida". Os moradores, porém, só vão se mudar para o local a partir da próxima semana.

Outros 164 apartamentos teriam que ser entregues, mas continuam em obras.

Na cerimônia, Dilma disse que o programa habitacional trouxe "dignidade" para pessoas que antes viviam em lugares precários. E reforçou a importância das alianças políticas entre os governos federal e estadual.

Antes do discurso de Dilma, a presidente da Associação de Moradores da comunidade CCPL [que existia no terreno da antiga fábrica], Cândida Maria Privado, afirmou em discurso que não adiantava cobrar verbas públicas do prefeito ou do governador, mas sim da presidente.

"A gente tem que cobrar ela, ela que é a mulher do dinheiro, gente. [...] Dilma, bota esse dinheiro para fora aí, tá bom?! Deixa os ricos um pouquinho, dá para os pobres que eles merecem", disse.


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