Conhecido nas redes sociais como AnonManifest, o hacker que assumiu ter invadido e-mails e a rede interna do Itamaraty diz que ainda tem acesso ao sistema do ministério e promete novos ataques a sites governamentais durante a Copa do Mundo.
"Daqui para a frente, é 'cyberterror' total contra o governo e grandes corporações envolvidas na Copa. Pode até ter Copa, mas não vai ser como eles planejavam", afirmou à Folha.
Em entrevista via mensagens fechadas no microblog Twitter, o hacker, que tem divulgado uma série de mensagens internas do Itamaraty, disse que a alteração de senhas e medidas de segurança adotadas pelo ministério após a divulgação dos ataques não foram suficientes para deixar o sistema seguro.
Dizendo ainda ter acesso à rede do Itamaraty, ele enviou à Folha imagens da tela de seu computador enquanto acessava dados pessoais de diplomatas.
O Itamaraty rechaçou a possibilidade de o hacker ainda ter acesso ao sistema e disse que não foram identificados novos ataques.
Afirmando ser ligado ao grupo hacker Anonymous desde 2010, AnonManifest afirmou que ataques para protestar contra a Copa ganharão força à medida que o evento se aproximar.
De acordo com ele, brasileiros estão articulados com hackers estrangeiros nas ações que visam prejudicar sistemas de informática nos próximos dias.
"Os ataques tendem a ganhar mais força. O Brasil sofrerá não só com ataques do Anonymous mas de todos os outros grupos e hackers de todos os lugares do planeta. O governo está ciente disso e acha que está protegido porque instalou um antivírus novo", ironizou.
Questionado sobre as dificuldades para de invasão dos sites do governo, AnonManifest afirmou que "mesmo com as revelações de espionagens contra o Brasil o governo insiste em baixar cada vez mais o orçamento para segurança cibernética".
Assim como outros integrantes do grupo Anonymous, AnonManifest afirma acreditar ser um "lutador contra a corrupção".