Motoristas e cobradores de ônibus de Florianópolis decidiram em assembleia na noite desta terça-feira (27) que vão paralisar as atividades nesta quarta por 24 horas, em reação contra a suposta demissão de 350 cobradores.
As demissões, de acordo com o Sintraturb (sindicato da categoria), ocorreriam por causa do sistema de catracas eletrônicas, implantado na cidade em 2001.
Com as demissões, as cobranças de passagens passariam a ser feitas pelos motoristas.
De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, 6.000 rodoviários vão parar as atividades nesta quarta, evitando a saída às ruas de cerca de 1.300 ônibus e prejudicando a vida de aproximadamente 400 mil usuários.
A categoria reivindica ainda reajuste salarial de 10,18%, sendo que a classe patronal ofereceu 8%, e diz que é contra a precarização do trabalho de cobradores e motoristas.
A Prefeitura de Florianópolis negou que ocorrerá demissões de cobradores por conta das catracas eletrônicas. Baixou, inclusive, um decreto comunicando que os desligamentos só podem ocorrer por solicitação do próprio funcionário, demissão por justa causa e adesão a eventual demissão incentivada pela classe patronal.
O Sintraturb diz não acreditar que o decreto venha a surtir efeito por causa da pressão da classe patronal sobre os trabalhadores e exige que não haja as demissões.
PLANO EMERGENCIAL
Por conta da paralisação, a prefeitura de Florianópolis informou que nesta quarta-feira "vai acionar um esquema com vans escolares e de turismo para suprir a ausência dos ônibus".
Haverá cerca de 200 vans e micro-ônibus do serviço de turismo e escolar, todas com saída do centro da cidade em direção aos bairros.
Os preços das passagens do plano emergencial variam entre R$ 5 e R$ 7 –a passagem de ônibus normal custa R$ 2,75 (com cartão eletrônico) e R$ 2,90 a dinheiro.
A Folha não conseguiu manter contato com o sindicato da classe patronal para comentar a paralisação dos rodoviários.