Índios que protestavam por demarcações de terra em frente ao Congresso entraram em confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal ao se juntarem a manifestação contra a Copa na tarde desta terça-feira (27), em Brasília. A cidade é uma das 12 cidades-sede que abrigarão partidas do Mundial, que começa no dia 12 de junho.
O conflito começou quando os índios, que estavam à frente do ato, tentaram passar por uma barreira formada pela cavalaria da PM, para impedir que a manifestação chegasse ao Estádio Nacional Mané Garrincha.
Os policiais usaram dezenas de bombas de gás para dispersar o grupo, que revidou jogando paus e pedras na polícia. Alguns dispararam flechas em direção aos cavalos utilizados pela PM.
De acordo com a Polícia Civil, o cabo Cleber José Ferreira, do Batalhão de Cavalaria, foi perfurado por uma flecha na perna esquerda. Os manifestantes se dispersaram, mas continuaram próximos do estádio.
Sérgio Lima/Folhapress | ||
Índio atira flecha contra a polícia em manifestação em Brasília |
Segundo a polícia, 1.000 pessoas participaram da manifestação. Os três grupos que formam o protesto –índios, grupo anti-Copa e pessoas do movimento sem teto– estimam um público de 2.000 pessoas na marcha.
Os índios protestavam por mais demarcações de terra em frente ao Congresso –um grupo chegou a subir no teto do prédio. Eles se uniram à marcha contra a Copa, que queria chegar perto do local no estacionamento do Estádio Nacional onde está exposta a taça da Fifa.
Para se protegerem de eventuais bombas lançadas pela polícia, os índios impediram a saída de cerca de dez veículos, que estão em uma via próxima à arena. Pessoas aguardam dentro dos carros.
Os manifestantes subiram em um veículo dos bombeiros, que foi danificado. A PM continuou jogando bombas, que chegaram a atingir uma feira de artesanato instalada no local, que ainda tinha lojas abertas.
Aguirre Talento/Folhapress | ||
Manifestantes entram em conflito com a polícia durante protesto em Brasília |
Três pessoas foram presas na manifestação, segundo informações da polícia, que não deu detalhes sobre os motivos.
Quando a manifestação começou a se aproximar do estádio, por volta das 17h30, foi suspensa a visitação da taça da Copa, que era mantida em uma tenda do lado de fora do estádio.
A suspensão aconteceu para garantir a segurança do público, segundo a assessoria da Coca-Cola, que organiza o evento. O último tour da taça teria início às 20h. Não está confirmado se a visitação da taça será mantida nesta quarta (28).