Folha de S. Paulo


Em ato de jovens do PC do B, Dilma afirma evitar 'fantasmas do passado'

Em ato político da UJS (União da Juventude Socialista, a juventude do PC do B), a presidente Dilma Rousseff atacou a oposição neste sábado e disse que não vai permitir o retorno de "espectros fantasmagóricos" que assombraram o país no passado.

Ao subir o tom do discurso afirmando que o retorno da oposição vai trazer de volta "atrasos" ao país, Dilma disse que forças políticas "velhas" vão promover "desemprego, recessão e arrocho salarial".

"Quem tem lado sabe que é preciso estar atento, estar ao mesmo tempo com um olho no futuro e com um outro olho no passado. Este olho no passado é para evitar que outros e certos espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiros", afirmou a presidente.

Mesmo sem citar nominalmente o PSDB, Dilma direcionou vários recados aos tucanos. A presidente afirmou que seus adversários já admitem que vão adotar "medidas impopulares" e reduzir "direitos que o povo e a nação conquistaram". O pré-candidato do PSDB, Aécio Neves (MG), disse recentemente que poderá adotar medidas impopulares se elas forem favoráveis ao desenvolvimento do país.

Ovacionada por cerca de 1.000 jovens militantes do PC do B, a presidente disse que "tem lado" e o seu lado é o "dos excluídos, dos que mais precisam e dos que mais sofrem".

"Eu não fui eleita para colocar o país de novo de joelhos, para acabar com a política industrial o país, para privatizar empresas públicas. Não fui eleita para varrer a corrupção para debaixo do tapete, como era a prática anterior", atacou.

Dirigindo-se aos jovens, Dilma afirmou que os antecessores do PT no comando do país "não fizeram nada pela juventude do nosso país", mas os "velhos estarão bem treinados" para tentarem se aproximar dos adolescentes durante a campanha eleitoral. "O único rumo possível ao Brasil é avançar rumo ao futuro de mais igualdades e oportunidades, de um país rico que todos queremos. Para trás nós não vamos nem para ganhar impulso."

Ao discursar antes de Dilma, o presidente do PC do B, Renato Rabelo, adotou o discurso semelhante do "medo" e disse que o projeto da oposição é interromper um ciclo de "libertação de desigualdades e injustiças".

"O projeto da oposição é o projeto de voltar os anos 90, é o projeto do que nós convencionamos chamar de neoliberalismo. Não é o projeto que tem em conta o crescimento com distribuição de renda."

Rabelo disse que o "jogo" da oposição é atacar o governo do PT diante de sua falta de propostas ao país. "Não apresentam projeto, não apresentam saídas. Se concentram em tentar desconstruir o governo da presidente Dilma. Esse objetivo deles é o de quanto pior, melhor. Não podemos acreditar em gente desse tipo", afirmou.

APOIO

Dilma foi a estrela do 17º. congresso da UJS, que reúne até amanhã (25) cerca de mil jovens de todo o país. À vontade entre os jovens, Dilma entoou cânticos da juventude socialista, tirou fotos –inclusive selfies –com jovens que conseguiram chegar ao palco e distribui autógrafos e sorrisos.

A presidente disse que olhou para cada um dos jovens na plateia e lembrou da sua época de militância política contra a ditadura militar. "Uma imagem veio na minha memória. A imagem dos anos da minha juventude. Uma época muito dura, de lutas, mas também cheia de esperanças e de sonhos."

Os integrantes da UJS entoaram gritos como "E vai ter Copa, e vai ter tudo, só não vai ter segundo turno" e "Não tem Aécio [Neves], não tem Eduardo [Campos. Eu estou com Dilma e não mudo de lado". Os jovens levaram uma bandeira que circulou em cima do público com uma foto da presidente.


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