Folha de S. Paulo


Ministro da Justiça foi militante, não ministro, diz Aécio sobre Cardozo

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), rebateu neste sábado (24) as declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que classificou como "marketing político" as propostas do tucano para a segurança pública.

No lançamento da pré-candidatura ao governo gaúcho de Ana Amélia Lemos (PP), apoiada pelos tucanos, Aécio afirmou que Cardozo agiu como "militante partidário" e que é o governo federal quem faz marketing a respeito do tema.

Em entrevista à Folha publicada na quinta-feira (22), Aécio fez críticas a gestão política da área e disse, entre outras coisas, que alteraria o nome do Ministério da Justiça para acrescentar "Segurança Pública", além de mudar o perfil na relação da pasta com os Estados.

Nesta sexta-feira (23), Cardozo afirmou que as ideias do tucano eram pautadas por marketing político para agradar a opinião pública e que a coisa mais concreta que ele havia proposto havia sido mudar o nome da pasta.

"Infelizmente o ministro da Justiça agiu muito mais como militante partidário do que como ministro da Justiça de todos os brasileiros. Apequenou o debate", disse Aécio neste sábado, em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

O tucano afirmou que o governo federal contingenciou em 65% as verbas do Orçamento da União destinadas à segurança pública e que apenas 10,5% do fundo penitenciário foi executado, "numa demonstração clara de que quem faz marketing com segurança [o governo federal], que se apresenta no momento das crises estaduais e aponta o dedo em algo que poderia fazer e jamais fez".

Recentemente, o governo enviou a Força Nacional de Segurança Pública para impedir atos de violência durante as greves da Polícia Militar em Salvador, no final de abril, e do Recife, na semana passada. A tropa também foi enviada ao Maranhão durante crise no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no final do ano passado.

Para Aécio, a gestão petista "não tem autoridade para cobrar quem quer que seja" enquanto usar os recursos da área "para fazer superávit primário [economia para pagar os juros da dívida]".

Ele acusou também o governo federal de ser "complacente" e "irresponsável" diante do que chamou de "nefasta epidemia do crack".


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