Folha de S. Paulo


Ato marcado no prédio da Polícia Civil do Rio reúne 10 policiais

Um ato marcado para às 10h na porta da chefia de Policia Civil do Rio, no centro da cidade, reuniu apenas a imprensa e dez policiais.

É que dois sindicatos, que não se relacionam entre si, comandam o movimento grevista iniciado na madrugada desta quarta-feira (21) no Rio e em mais 13 Estados.

O Sinpol (Sindicato dos Funcionários da Policia Civil do Estado do Rio) levou cartazes e um carro de som. Apenas a diretoria da entidade compareceu. A expectativa é que o ato do outro sindicato, o Sindpol-RJ (Sindicato dos Policiais Civis do Rio) marcado para às 14h na Cidade da Polícia, no Jacaré, zona norte, tenha mais adesões. Às 19h a categoria tem uma assembleia no Clube Municipal, na Tijuca, zona norte.

O presidente do Sinpol, Fernando Bandeira, esteve na porta da chefia de polícia e afirmou que rodou delegacias desde a madrugada e o movimento nas DPs é de 40% do efetivo. Segundo ele, apenas crimes mais graves estão sendo registrados. Crimes de menor potencial ofensivo, como furtos, ou ocorrências como perda de documentos, não estão sendo realizadas.

Atualmente, são 11 mil policiais civis no Estado do Rio, dos quais cerca de 900 são delegados. Os inspetores formam o grupo majoritário. O Sinpol, segundo Bandeira, tem cerca de 4.000 associados e é ligado à Nova Central Sindical. A reportagem ainda não conseguiu contato com o outro sindicato, o Sinpol.

REIVINDICAÇÃO

O sindicato tem uma pauta de reivindicações com dez pontos. O primeiro é a redução da diferença entre o salário dos inspetores, que vai, segundo o sindicato, de R$ 900 a R$ 3.000. Um delegado, informou, recebe de R$ 12 mil a R$ 20 mil. Para isso, seria necessário um reajuste de 50% do salário.

Os policiais pedem a incorporação no salário de determinadas gratificações atualmente pagas a parte da categoria. Policiais lotados nas chamadas delegacias legais, que representam 90% das DPs no Estado, recebem R$ 850 a mais no salário.

Já a gratificação dos policiais da Core, a força de elite da Polícia Civil do Rio, é de R$ 1.500. Segundo Bandeira, quando o policial se aposenta ou é ferido em serviço, ele perde a gratificação e tem seu salário reduzido. Policiais pedem ainda o dobro do que é atualmente pago de tíquete alimentação (R$ 13 por dia) e vale transporte (R$ 6 diários).

O sindicato pede ainda novos concursos para contratações de policiais. Segundo Bandeira, cerca de 20% do efetivo estaria em vias de se aposentar, mas não o fazem com medo de perder a gratificação e ter seu salário reduzido.

Por fim, a categoria pede que seja dado plano de saúde, uma vez que, segundo o sindicato, a policlínica que está em construção para os policiais não terá emergência ou internação.

MOVIMENTO EM OUTROS ESTADOS

Além do Rio de Janeiro, sindicatos de policiais civis de outros nove Estados e do Distrito Federal confirmam nesta quarta que aderiram à paralisação nacional convocada pela Cobrecol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis). Ainda não há informações sobre adesão da categoria.

As paralisações já iniciaram nos Estados Amazonas, Sergipe, São Paulo, Minas, Bahia, Espírito Santo, Pará, Paraíba e Rondônia e no DF.


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