Folha de S. Paulo


Câmara aprova feriado em São Paulo apenas na abertura da Copa

A Câmara aprovou, em primeira discussão, um projeto do prefeito Fernando Haddad (PT) que decreta feriado o próximo dia 12 de junho, data da abertura da Copa do Mundo 2014, em São Paulo, e libera a venda de bebida alcoólica no estádio Itaquerão. Foram 30 vereadores favoráveis e 15 contra.

Uma alteração no texto tirou a possibilidade de o prefeito determinar feriado nos outros cinco jogos da Copa na cidade, como estava previsto no projeto original. Agora os vereadores querem, na segunda votação, tornar essas datas ponto facultativo. Nesse caso, ficaria a critério do dono da empresa ou comércio liberar ou não seus funcionários. Não foi definida, porém, a data da segunda votação na Câmara.

A votação só ocorreu após o acordo entre os partidos para a mudança. A bancada do PSDB votou contra, com exceção de Andrea Matarazzo. Mesmo aprovando, ele afirmou que o feriado deve prejudicar o comércio, já que o jogo coincide com o Dia dos Namorados, data de muito movimento em restaurantes e centros de compra.

O tucano informou que, antes da segunda votação, vai ser discutida uma nova mudança para que não seja considerado feriado para o comércio em geral, mas apenas para indústrias.

Segundo a gestão Haddad, a decretação do feriado além do dia 12 só ocorreria caso a seleção brasileira voltasse a jogar no estádio. Porém, a base aliada do prefeito no Legislativo decidiu mudar para conseguir os votos necessários.

Na primeira fase, o Brasil vai enfrentar a Croácia no estádio. A seleção só voltaria a jogar na semifinal. Porém, isso ocorreria no dia 9 de julho, que já é feriado estadual (Revolução Constitucionalista).

Haddad diz na justificativa do projeto que a lei garante "redução expressiva do trânsito, impedindo colapso do sistema viário, descongestionando o transporte público rodoviário e a rede metroviária".

No dia 12 de junho, vão funcionar as instituições públicas de atendimento à população –como hospitais, serviço funerário, transportes, serviços de compensação bancária, entre outros.

Editoria de Arte/Folhapress

CONTRA AS BEBIDAS

O mesmo projeto autoriza a venda de bebidas alcoólicas no estádio Itaquerão.

O voto contrário do PSDB foi motivado também pelo fato de haver na bancada vereadores evangélicos, como Eduardo Tuma (PSDB), que se declara abstêmio. Subiram à tribuna para criticar o projeto os também evangélicos Jean Madeira (PRB) e David Soares (PSD). As críticas eram semelhantes, com o discurso de que o álcool pode levar à morte.

Para autorizar o comércio de bebidas no Itaquerão, o prefeito suspendeu os efeitos de duas leis municipais, de 1997 e de 2008 as quais proíbem as bebidas nos estádios.

A mudança ocorreu para que a prefeitura mantenha um contrato assinado com a Fifa para liberar a venda dentro dos estádios. Na hora de votar, o vereador Laercio Benko (PHS) disse que votar contra por causa da bebida é demagogia. "Votou sim e vou abrir uma para comemorar", disse na hora do voto.


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