Folha de S. Paulo


Ex-presidente da Petrobras diz que aceitaria depor sobre refinaria

Pedro Ladeira - 8.abr.2014/Folhapress
Bernardo Kucinski, irmão da militante Rosa Kucinski, diante de escultura em sua homenagem
Ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli participa de evento do PT em Brasília

Em novo capítulo da disputa pela criação da CPI da Petrobras, o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli pode voltar ao Congresso para falar sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena (EUA) caso seja aprovada proposta da oposição para ouvi-lo de novo sobre o episódio.

Gabrielli disse a interlocutores que não tem "por que não ir se for convidado", o que causa preocupação no Planalto. Sua intenção é defender mais uma vez o negócio que virou motivo de batalha entre governo e oposição.

O convite ao ex-presidente da estatal foi proposto ontem pelo líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), para que ele esclareça suas declarações sobre a atuação da presidente Dilma Rousseff, que presidia o conselho de administração da Petrobras na época da compra da refinaria, que ela aprovou.

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Gabrielli disse que Dilma "não pode fugir da responsabilidade" sobre o caso Pasadena.

O Planalto reagiu. Sob orientação da presidente, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) reiterou que ela só aprovou a transação na época porque não foi informada das cláusulas contratuais que mais tarde causaram perdas à Petrobras.

A entrevista de Gabrielli causou irritação no Planalto porque deu munição para a oposição insistir na criação de uma CPI sobre a Petrobras. Gabrielli já foi ao Congresso explicar o negócio quando estava à frente da estatal e há duas semanas participou de uma reunião fechada com a bancada do PT na Câmara.

Mendonça Filho protocolou dois requerimentos para Gabrielli comparecer a comissões da Casa. Para o deputado, ele precisa esclarecer "mal-entendidos" entre a versão do governo e a defendida por integrantes da Petrobras.

Editoria de Arte/Folhapress

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