Folha de S. Paulo


Padilha critica governo Alckmin por falta de parcerias com a União

Em entrevista concedida à TV Record nesta quinta-feira (10), o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT a governador de São Paulo, criticou o governo paulista por não fazer parcerias com a administração federal.

Padilha, que deverá concorrer na eleição de outubro contra o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB), citou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a área de segurança como setores em que a gestão estadual se recusaria a fazer parceria com a União.

"São Paulo é único Estado do Sudeste que não põe R$ 1 no Samu", afirmou.

O ex-ministro também criticou o governo Alckmin pela gestão do sistema de fornecimento de água, que atualmente corre risco de racionamento. Segundo ele, faltou fazer obras para melhoria da captação prometidas desde 2004, ações que já haviam sido listadas como necessárias pela Sabesp, a empresa que cuida do abastecimento.

Padilha afirmou que, como governador, teria feito as obras e ainda ofereceria incentivos para que empresas investissem em captação de águas da chuva para uso próprio. Mas não especificou que incentivos seriam esses.

O ex-ministro foi entrevistado pelos jornalistas Heródoto Barbeiro, Marco Antonio Araujo e Ricardo Kotscho. Quando um dos entrevistados perguntou sobre o estigma de corrupção associado ao PT, Padilha aproveitou para criticar o comportamento dos tucanos no escândalo dos cartéis no sistema de transporte paulista. Ele disse que os casos envolvendo as empresas Alstom e Siemens existe há mais de 15 anos, mas só começou a ser apurado a partir de investigações internacionais.

Sem citar nomes, o petista mencionou "dois secretários de Estado indiciados e mantidos nos cargos".

Na verdade, não há indiciamento. Três nomes do secretariado de Alckmin foram citados nas investigações: Edson Aparecido (Casa Civil), José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (ex-Desenvolvimento Econômico). Como eles também são deputados federais, o caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal, que pediu então uma manifestação do Procurador-Geral da República. Em resposta, o procurador recomendou manter as investigações contra Aníbal e Garcia.

Em resposta à crítica de Padilha envolvendo o Samu, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que o governo estadual financia uma operação própria de resgate chamada Grau.

"Diferentemente do que diz o pré-candidato petista, o governo do Estado participa, sim, do financiamento resgate pré-hospitalar, complementarmente ao Samu, por meio do seu Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (GRAU), parceria da Secretaria de Estado da Saúde com o Corpo de Bombeiros", diz um trecho da nota.


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