Folha de S. Paulo


Câmara deverá realizar eleições para vaga de Vargas até o fim de abril

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quinta-feira (10) que deverá convocar eleições para preencher a vaga de vice-presidente da Casa até o final de abril.

Na noite de ontem, o deputado licenciado André Vargas (PT-PR), renunciou ao cargo de vice-presidente em virtude da abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética. "Vou me concentrar na defesa perante o Conselho", disse ele em uma carta. Ele afirma ainda que não quer prejudicar os trabalhos da Mesa Diretora e do próprio partido.

No entanto, Henrique afirmou que a formalização da renúncia de Vargas ainda não chegou formalmente à Mesa Diretora da Casa. Assim que isso for feito, o cargo fica oficialmente vago e a eleição poderá ser realizada.

Pela proporcionalidade das bancadas na Câmara a vice-presidência da Casa cabe a um deputado do PT. Por isso, a sigla terá que indicar um nome para a vaga. O pleito poderá ter ainda, candidatos avulsos, desde que sejam do PT.

A eleição acontecerá em votação secreta no plenário da Casa. Para ser aprovado, o candidato deverá ter o apoio de, no mínimo, 257 deputados, que corresponde à metade da Câmara. Caso o nome indicado seja rejeitado, o PT terá que definir um outro candidato.

Ontem, o líder do partido na Casa, deputado Vicentinho (SP) afirmou que ainda reunirá a bancada para encontrar um nome de consenso. A indicação deverá ser feita após o feriado da Páscoa.

Pedro Ladeira/Sérgio Lima/Folhapress
O deputado André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef
O deputado André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef

INVESTIGAÇÃO

O Conselho de Ética investigará as denúncias do envolvimento de Vargas com o doleiro preso Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O petista está sob intensa pressão desde que a Folha revelou que uma viagem sua de jatinho, de Londrina a João Pessoa, com familiares, foi paga pelo doleiro. Eles também conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde.

Em conversas na terça-feira, Vargas afirmou que não pode ser ''massacrado'' pelo fato de ter utilizado o avião. Na segunda-feira (7), a Justiça Federal do Paraná enviou para o STF (Supremo Tribunal Federal) parte da investigação da Operação Lava Jato que contém mensagens e diálogos do deputado com Youssef.

A Polícia Federal diz que Youssef é um dos chefes de esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões de forma suspeita. A Labogen, afirma laudo da PF, foi usada pelo doleiro para fazer remessas ilegais de US$ 37 milhões ao exterior.


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