Folha de S. Paulo


PSDB e PSB comemoram queda de Dilma na pesquisa Datafolha

Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) minimizou neste domingo (6) o fato de não ter crescido nas intenções de voto para o Palácio do Planalto, apesar da queda de seis pontos percentuais da presidente apontada pela pesquisa Datafolha.

Aécio disse que as pesquisas ainda não refletem um "cenário real de intenção de voto" porque a campanha eleitoral não teve início. "Não há como comparar pré-candidatos com enormes diferenças no grau de conhecimento por parte do eleitorado. Apenas após o início da propaganda eleitoral em rádio e TV a população terá chance de conhecer as propostas e os perfis de cada um de forma mais equilibrada", afirmou.

Aécio atribuiu a "erros repetidos" do governo a queda de Dilma na pesquisa Datafolha. "O que vai se confirmando em todas as pesquisas é que aumenta a percepção dos brasileiros sobre os repetidos erros cometidos pelo governo", afirmou.

A pesquisa Datafolha de 2 e 3 de abril mostra que Dilma seria reeleita no primeiro turno com 38% dos votos. Aécio teria 16%. Campos, 10%. Candidatos de partidos menores somam 6%. O pré-candidato do PSDB manteve o mesmo percentual da pesquisa anterior, realizada no final de fevereiro, enquanto Campos cresceu um ponto percentual.

Aliados dos prováveis adversários de Dilma em outubro responsabilizaram o caso Petrobras e resultados negativos da economia como responsáveis pela queda da presidente.

Aécio teria 16%. Campos, 10%. Candidatos de partidos menores somam 6%. O pré-candidato do PSDB manteve o mesmo percentual da pesquisa anterior, realizada no final de fevereiro, enquanto Campos cresceu um ponto percentual.

Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que o principal resultado da pesquisa mostra que "a única candidata que tem campanha declarada" teve queda entre os eleitores. "É o conjunto da obra: Petrobras, inflação que está voltando, falta de correspondência entre os anúncios do governo e a realidade. Nós não temos como subir porque ainda não estamos em campanha", afirmou.

Para o tucano, a manutenção das intenções de voto em 16% para o senador Aécio Neves não preocupa o PSDB porque o tucano ainda não está em campanha. "Não tem como subir, não se tem campanha nas ruas. Quem tem que estar preocupada é ela [Dilma]", afirmou Aloysio Nunes.

Líder do PSB, o deputado Beto Albuquerque (RS) também minimizou o pequeno crescimento de Eduardo Campos ao afirmar que o ex-governador de Pernambuco não é conhecido nacionalmente –e só será após o início oficial da campanha eleitoral. "É óbvio que o Aécio e o Eduardo não são conhecidos hoje como é a Dilma. É muito imaginar crescimento fora da eleição."

Em relação aos 27% recebidos pela ex-senadora Marina Silva (Rede), que deve ser a vice de Campos na corrida presidencial, o deputado disse que o resultado mostra que a chapa Campos-Marina tem um "potencial de crescimento" que vai impedir Dilma de ganhar em primeiro turno.

"Eles vão somar os esforços. Os 10% do Eduardo se somarão aos votos da Marina. Temos dois candidatos numa chapa só, nenhum outro está nessa situação. Vamos compensar nosso tempo de televisão com a ida dos dois para lugares diferentes na campanha", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress

DEFESA

Vice-líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Teixeira (SP) atribui a queda de Dilma à maior aparição de outros candidatos na mídia. O PSB teve inserções no horário eleitoral até a semana passada, enquanto o PSDB vai começar sua aparição nesta semana.

"Eles tiveram mais em televisão no seu tempo gratuito. O importante é que a Dilma continua liderando para ganhar no primeiro turno", afirmou. O petista disse que a queda de Dilma não vai reacender, dentro do PT, a pressão para que o ex-presidente Lula dispute o Palácio do Planalto em outubro. "Ela continua liderando a corrida presidencial. Isso não tem porquê", afirmou.

Nos cinco cenários testados pela pesquisa, a única candidata que forçaria um segundo turno seria a ex-senadora Marina Silva (PSB), com 27% dos votos, 4 pontos a mais que em fevereiro. Marina fica 12 pontos atrás de Dilma.

Com um desempenho melhor que o de Dilma só o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu maior cabo eleitoral. Lula, que sempre repete não ter interesse em disputar neste ano, apresenta leve tendência de queda em relação às pesquisas anteriores, mas ainda lidera todos os cenários com grande vantagem.

A deterioração das expectativas com inflação, emprego e poder de compra dos salários também ajuda a explicar a queda na aprovação do governo.

A atual pesquisa detectou uma disparada do sentimento de frustração com as realizações da presidente Dilma. Hoje, 63% dos brasileiros dizem que ela faz pelo país menos do que eles esperavam. Há pouco mais de um ano essa taxa era de 34%.

O senador petista Wellington Dias (PI) ponderou que o cenário se refere a um momento ainda distante das eleições, em que boa parte da população brasileira ainda não começou a analisar o tema com mais profundidade.

"Em junho, naquele ambiente das manifestações, ela [presidente Dilma] chegou a ter uma situação de queda mais grave, e em seguida aparece num quadro melhor", comparou.

Dias também minimizou o desempenho do ex-presidente Lula na pesquisa sobre uma eventual mudança na escolha do PT para o pleito presidencial. "Ele sempre estará na memória do povo brasileiro. Afinal, foi considerado um melhores avaliados no final de um mandato. Mas é natural dentro do PT a defesa da candidatura da presidenta Dilma.

O senador disse também que a legenda não deve ter "salto alto" diante das estatísticas dos adversários. "A partir de junho é que teremos os nomes mais lembrados."


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