O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que não aceitará contribuições de empresas para sua campanha à Presidência. Ele foi lançado oficialmente como pré-candidato do partido em um ato realizado no final da tarde desta segunda-feira (24), no centro de São Paulo.
"Não há nada mais promíscuo do que o sistema de financiamento eleitoral", disse o senador durante a apresentação de sua chapa. Ele terá como vice a ex-deputada Luciana Genro (RS).
A ideia do partido é financiar a candidatura através de doações de pessoas físicas e verbas recebidas através do fundo partidário. Nas duas últimas eleições a presidente, os candidatos do PSOL não tinham se comprometido a não aceitar dinheiro de empresas.
Apesar de não ter uma estimativa de quanto pretende arrecadar, ele disse que será menos que seus adversários. Em tom de brincadeira, chegou a pedir contribuição aos jornalistas presentes. "Qualquer um real será bemvindo".
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Randolfe Rodrigues ao lado da candidata a vice-presidente de sua chapa, Luciana Genro |
Randolfe e a bancada do PSOL na Câmara pretendem se encontrar em breve com o ministro Teori Zavascki, do STF. O tribunal começou em dezembro a julgar se candidatos podem ou não receber dinheiro de pessoas jurídicas.
Zavascki pediu vista ao processos quando o placar marcava quatro votos contra as doações de empresas. Ainda não há data para o assunto voltar a pauta.
Segundo Randolfe, eles querem que o STF proíba esse tipo de financiamento já nas eleições deste ano.
Além dos dois pré-candidatos, também estavam presentes os principais nomes do partido, como os deputados federais Jean Willys (RJ), Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP), o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) e o prefeito de Macapá, Clécio Luís.
PROTESTOS
Durante o encontro, Randolfe e Luciana Genro defenderam o direito as manifestações, mas criticaram a violência nos atos. "O que rejeitamos é a violência policial e de alguns grupos isolados", disse ela, que criticou os "métodos black blocs".
Segundo o senador, o PSOL "nasceu das manifestações" e que quer "organizar a indignação" das ruas. "Nós vamos torcer pelo Brasil na Copa e nas manifestações", comentou.
Randolfe criticou ainda a atuação da Polícia Militar durante o protesto contra a Copa do Mundo, realizado no último sábado (22) em São Paulo, no qual 260 pessoas foram detidas.
"Quer dizer que 20% dos manifestantes foram detidos? Isso é fascismo, é tentar inibir o direito a manifestação contra a Copa", disse.