Folha de S. Paulo


Arcebispo do Rio recebe do papa título de cardeal

Em uma celebração na Basílica de São Pedro, o papa Francisco oficializou hoje a nomeação do décimo cardeal brasileiro, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, 63.

Além dele, outros 18 bispos receberam o título, no chamado Consistório, considerado a mais importante cerimônia realizada no Vaticano desde que Francisco se tornou papa, há um ano.

Dom Orani recebeu das mãos do papa o título de cardeal por volta de 11h45 (7h45, horário de Brasília).

Várias autoridades estiveram presentes, entre elas a presidente Dilma Rousseff, alguns ministros de sua comitiva, e o ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli.

O papa emérito Bento 16 surpreendeu e compareceu à Basílica.

Há um ano, ele renunciou, sendo substituído por Francisco, eleito no Conclave. Ao chegar à Basílica neste sábado, o papa emérito foi aplaudido de pé.

No começo da celebração, Francisco se dirigiu a Bento para cumprimentá-lo. Depois, ao microfone, agradeceu sua presença.

Políticos como os deputados federais Alessandro Molon (PT-RJ) e Hugo Leal (PSC-RJ) também compareceram.

O evento representou um contexto político na medida em que sinaliza quem começa a ter prestígio e poder na era de Francisco. Esses são os primeiros cardeais nomeados por ele.

Conhecidos como "príncipes da Igreja", os cardeais são os principais auxiliares do papa na condução da fé católica pelo mundo e formam o Conclave, colégio eleitoral que o elege.

O recém-nomeado Dom Orani Tempesta ganhou prestígio junto a Francisco ao comandar a organização da Jornada Mundial da Juventude em julho, no Rio.

Ele foi ordenado presbítero em sua cidade natal, São José do Rio Pardo, em 1974. Depois, virou bispo da Diocese de São José do Rio Preto até 2004, quando tornou-se arcebispo de Belém, último posto antes de ir para o Rio, em 2009.

Além dele, destacam-se entre os escolhidos o bispo Chibly Langlois, o primeiro cardeal vindo do Haiti, e nomes como o do moderado Gualtiero Basseti, de Perugia (Itália), do filipino Orlando Quevedo, além de de Jean-Pierre Kutwa (Costa do Marfim) e Philippe Nakellentuba Ouédraogo (Burkina Fasso).

Com a "promoção" de dom Orani, o Brasil passa a ter dez cardeais, sendo que cinco deles, com menos de 80 anos, podem votar num eventual Conclave. No total, agora, são 122 cardeais com direito a voto.

O último brasileiro a ser nomeado no Vaticano havia sido o ex-arcebispo de Brasília João Braz de Avis, em 2012, por Bento 16.


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