Folha de S. Paulo


Na terra de Aécio, prefeitos fazem fila para receber máquinas de Dilma

Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma posa para fotos sentada dentro da cabine de uma retroescavadeira em Minas
Dilma posa para fotos sentada dentro da cabine de uma retroescavadeira em Minas

A presidente Dilma Rousseff entregou pessoalmente nesta segunda-feira (17) máquinas e equipamentos a 92 prefeitos de Minas Gerais, que fizeram fila para receber as chaves das mãos da petista, candidata à reeleição neste ano eleitoral.

Os prefeitos eram chamados ao palco do evento em Governador Valadares, em grupos de dez. Eles receberam as chaves das máquinas e posaram para fotos com a presidente. Quase meia hora do evento foi ocupado com essas entregas individuais, com direito a aperto de mão e rápidas conversas informais.

Dilma ainda posou para fotos sentada dentro da cabine de uma retroescavadeira e, em discurso, disse que são 18 mil máquinas que estão sendo entregues desde o ano passado para todos os municípios com até 50 mil habitantes –realidade de cerca de 90% das cidades brasileiras.

Ela disse ainda aos prefeitos que eles têm até 15 de junho para receber as máquinas e, por isso, devem "ficar atentos" ao prazo –imposto pela lei eleitoral em ano de eleição. O governo Dilma já entregou 1.514 máquinas e equipamentos a prefeitos de Minas Gerais, base eleitoral do senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência e um dos principais rivais do campo oposicionista.

Na semana passada, Aécio e o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva bateram boca sobre os investimentos federais em Minas. O tucano cobrou as promessas não cumpridas, e o petista rebateu dizendo que Minas tenta se apropriar dos programas federais.

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CRÍTICAS

Ao entregar as máquinas, Dilma afirmou que "não era tradição o governo federal olhar para esses municípios" com até 50 mil habitantes e defendeu o seu programa de governo. "Nós ajudamos, sim, os prefeitos e vamos continuar ajudando, mesmo que tenham críticos que fiquem falando por aí", disse a presidente, que se declarou "republicana".

"O espírito que rege essa questão das máquinas é o espírito da parceria republicana. Não interessa aonde o prefeito coloca o coração político dele, isso é problema dele. O governo federal não tem nada com isso nem ninguém pode exigir isso de nenhum prefeito", disse.

A CGU (Controladoria-Geral da União) tem apontado falhas no programa. Em recentes checagens, por exemplo, identificou falta de controle e de fiscalização, além de máquinas se deteriorando por falta de revisão.

Esses problemas, segundo a CGU, decorrem também do fato de muitas dessas máquinas estarem sendo operadas por pessoal sem qualificação, como mostrou hoje reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo".

Por isso Dilma pediu aos prefeitos que coloquem as máquinas para operar com trabalhadores treinados, já que o treinamento também está incluído no pacote do programa. "Eu queria também insistir nisso, porque tem sido objeto de muita crítica o fato de que não estão cuidando dessa questão da operação adequada das máquinas", disse a presidente.

Mesmo assim, ela defendeu as entregas das máquinas: "Em um programa dessa dimensão, dando um problema aqui ou outro ali, é absolutamente esperado".


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