Folha de S. Paulo


Privatização do 'cafezinho' pega senadores de surpresa

A privatização do "cafezinho" do Senado pegou vários parlamentares de surpresa e criou situações inusitadas: muitos têm recorrido a "empréstimos" de assessores.

Desde que passou a ser administrado pelo Senac, no começo de fevereiro, os senadores passaram a ter que pagar por bebidas e petiscos mais elaborados. De graça "só" café, água sem gás, biscoito de maisena e cream cracker.

O cardápio mais modesto em nada lembra o que costumava ser degustado gratuitamente no espaço em que os congressistas se reúnem.

Agora, o parlamentar que quiser um pão de queijo terá que pagar R$ 1,50 pela unidade e R$ 10 por um sanduíche de mortadela ou uma quiche.

"Me empresta aí R$ 5 para eu pagar aqui", disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) dirigindo-se a um assessor ao se deparar, surpreso, com o valor da conta.

Além dos empréstimos, alguns estão sendo obrigados a fazer uma dieta forçada. "Eu fiquei sem o lanche porque estava sem dinheiro para pagar", confessou o senador Walter Pinheiro (PT-BA).

Em 2013, o Senado gastou R$ 200 mil para abastecer o cafezinho, ainda quando o fornecimento era gratuito. Em dezembro, foi lançado um edital de R$ 47,6 mil para gastos com alimentos, mas o Senado informou que irá suspender o pregão.

O edital foi lançado como "garantia" para evitar que o local ficasse sem "gêneros alimentícios" se surgissem problemas com o novo formato, informou a Casa.

GARÇOM

A mudança também mexeu na rotina dos antigos garçons, realocados para outras áreas do Senado.

Alguns passaram a exercer atividades administrativas. Eles mantiveram os antigos salários que variam entre R$ 7 mil e R$ 14 mil.

Alpino

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