Folha de S. Paulo


Balanço aponta ao menos 30 PMs feridos em ato do MST em Brasília

O confronto entre manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e policiais militares ocorrido em frente ao Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira (12), em Brasília, terminou com ao menos 30 feridos, de acordo com balanço divulgado pela Polícia Militar.

A PM afirma que oito policiais foram gravemente feridos (com cortes no rosto, por exemplo) e 22 tiveram ferimentos leves. Além desses 30, ao menos outros dois sem-terra ficaram feridos, segundo o MST.

Nenhum corre risco de morte. Os feridos foram encaminhados a hospitais e foram liberados, de acordo com a PM.

Cerca de 15 mil pessoas participaram da marcha do MST, segundo estimativa da PM. O objetivo do ato, que integra o 6º Congresso Nacional do MST, era pressionar o governo pela reforma agrária.

Houve dois momentos de maior tensão. Primeiro, quando os manifestantes chegaram à praça dos Três Poderes. Os sem-terra se depararam com barricadas de grades de ferro montadas no limite da passagem para o Planalto. Derrubaram as grades e tentaram atravessar a praça em direção à sede do governo, mas foram contidos pela barreira de policiais que fazia a segurança.

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Começou neste momento o primeiro confronto, por volta das 16h. Os policiais tentaram conter os sem-terra com spray de pimenta e armas de taser e foram atacados com paus, pedras e com as próprias grades de ferro.

Cerca de meia hora depois, porém, a situação se agravou com um novo tumulto. Os sem-terra afirmam que policiais impediram o acesso dos manifestantes a um ônibus do movimento, no qual eles pegariam materiais como cruzes para fazer um protesto simbólico.

Revoltados, os sem-terra partiram para o ataque contra os PMs e uma correria generalizada teve início. Policiais usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, mas PMs ficaram feridos na confusão.

Depois desses tumultos, os manifestantes seguiram para o entorno do Congresso Nacional, onde alguns chegaram a tomar banho no espelho d'água e jogar futebol no gramado do Congresso.

Por volta das 17h30 o grupo retomou a marcha de volta ao ginásio Nilson Nelson, onde estão ocorrendo as atividades do evento. Não houve mais tumultos.


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