Folha de S. Paulo


Presidente do PT pede 'ampla defesa' e 'julgamento justo' para mensalão tucano

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou neste sábado (8) que o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), deve ter direito a "ampla defesa" durante o julgamento do mensalão tucano pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O dirigente petista disse ainda que não está defendendo "nenhuma política de revanche" e que espera "um julgamento justo" para o adversário.

"Azeredo deve ter direito a defesa como os nossos não tiveram, uma ampla defesa, e, se realmente se comprovarem as acusações, deve haver punição", afirmou Falcão antes de participar de um evento do partido em Ribeirão Preto.

O presidente petista costuma dizer que o julgamento do mensalão, que condenou e prendeu o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, feriu o princípio da ampla defesa e, por isso, é considerado pelo PT como injusto.

"Chegou a hora de esse processo, que estava parado há muitos anos, gerando inclusive prescrição, chegasse a uma conclusão. A denúncia é grave", completou Falcão.

A Procuradoria-Geral da República pediu ontem ao STF que o ex-governador tucano seja condenado a 22 anos de prisão e ao pagamento de multa de mais de R$ 2,2 milhões por sua participação no suposto esquema de corrupção durante sua campanha à reeleição para o governo de Minas, em 1998.

Assinada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a petição recomenda a condenação de Azeredo pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro.

De acordo com a acusação, foram desviados sob forma de patrocínio de eventos esportivos cerca de R$ 3,5 milhões (cerca de R$ 9,3 milhões em valores atuais) do banco estatal Bemge e das empresas públicas Comig e Copasa.

Segundo os investigadores, o caso teve a participação do empresário Marcos Valério de Souza, o mesmo condenado pelo mensalão do PT.


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