Folha de S. Paulo


Justiça italiana nega liberdade provisória a Pizzolato

A Justiça italiana negou nesta sexta-feira (7) o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no ano passado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão, de aguardar em liberdade a decisão sobre a sua extradição para o Brasil.

Segundo a decisão da juíza Danila Indirli, o pedido foi negado porque havia risco de que Pizzolato pudesse fugir. Pizzolato vai continuar preso em Modena, no norte da Itália.

O fato de Pizzolato ter entrado em território italiano portando documentos falsos, o que pode lhe render uma pena de até 3 anos, pesou na decisão da juíza. A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil tinha alegado que não havia risco de fuga.

A audiência começou por volta das 11h30 (8h30 horário de Brasília) e demorou pouco mais de 2 horas, terminando às 13h40 (10h40 horário de Brasília).

Editoria de Arte/Folhapress

Pizzolato deixou a penitenciária de Modena no começo da manhã desta sexta em direção a corte em Bolonha (Itália). O ex-diretor do BB veio em um furgão azul da penitenciária e quando desceu do carro, foi algemado. Quando Pizzolato chegou à sala de audiência, as algemas foram retiradas.

Segundo advogado do ex-diretor do BB, Lorenzo Bergami, Pizzolato estava sereno e respondeu a todas as perguntas da juíza, como por exemplo, se ele queria ser extraditado. "Pizzolato respondeu as perguntas em italiano e afirmou que não pretende voltar ao Brasil", disse Bergami.

Bergami disse ainda que poderá entrar com uma ação para pedir o relaxamento da prisão, mas que, por enquanto, ainda é muito cedo para falar sobre um eventual recurso, pois não há novos elementos que sirvam para embasar o pedido.

PRISÃO

Foragido desde novembro do ano passado, Henrique Pizzolato, o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, foi preso na manhã de quarta-feira (5) no norte da Itália, como noticiou a Folha.

Numa ação das polícias italiana e brasileira, ele foi detido em Maranello (a 322 km de Roma), onde vivia na casa de um sobrinho, com passaporte falso em nome de Celso, irmão morto em 1978 em um acidente de carro.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo pedirá à Itália a extradição de Pizzolato. No entanto, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) avaliam que a medida é "inócua". Para Celso de Mello, o pedido é "juridicamente inviável" –já que Pizzolato possui cidadania italiana e as leis locais proíbem a extradição de seus cidadãos. Já a Procuradoria-Geral da República considera que existem brechas legais.

A partir de informação da polícia italiana de pedido de cidadania de residente, a Polícia Federal descobriu que Pizzolato havia falsificado documentos. O planejamento da fuga começou em 2007, cinco anos antes de ele ser condenado pelo STF a 12 anos e 7 meses de prisão pelo envolvimento no esquema do mensalão.

No momento da prisão, o ex-diretor do BB estava com a mulher e tinha € 15 mil. "Ele jogou o nome da família na lama", disse a tia de Pizzolato no Brasil.

Editoria de Arte/Folhapress

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