Folha de S. Paulo


'Ele jogou o nome da família na lama', diz tia de Pizzolato

Henrique Pizzolato, preso nesta quarta-feira (5) na Itália, "jogou o nome da família na lama", disse à Folha Lídia Pizzolato de Rossi, 72, tia do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no julgamento do mensalão.

"Não queria que sujassem principalmente o nome do meu pai, porque ele foi um herói de guerra. Mas sujaram", disse. "Ele [Henrique] jogou o nome da família na lama", completou.

O pai dela, Vitório, nasceu na Itália e veio para o Brasil depois de lutar na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Lídia, que vive no município catarinense de Concórdia (433 km de Florianópolis), é irmã de Pedro Pizzolato, 85, pai de Henrique.

Ela esteve com Henrique pela última vez há cinco anos, em uma festa de aniversário. Desde então, só soube do sobrinho pela televisão.

Nesta quarta, ela recebia visitas em casa quando assistiu na TV que o parente havia sido preso na Itália. "Fiquei meio sem jeito", disse.

Segundo Lídia, o pai de Henrique passou o dia no sítio da família, a 20 km do centro de Concórdia, e soube da prisão do filho por meio de amigos.

"Meu irmão acredita que o filho é inocente. Não falei com ele [Pedro] ainda, mas sei que ele vai enfiar a cabeça na toca de vergonha."

PASSAPORTE

Henrique nasceu em Concórdia. Ele era um dos dez filhos de Pedro.

Ao ser preso na Itália, ele usava o passaporte do irmão Celso Pizzolato, segundo a polícia.

Celso morreu em acidente de carro em 1978, no Paraná, segundo familiares. À época, ele trabalhava para a usina hidrelétrica de Itaipu.

Em 1998, Henrique perdeu outro irmão em acidente de trânsito: Gilnei José morreu ao bater o caminhão que dirigiu contra uma carreta carregada de frangos no oeste de Santa Catarina.
Gilnei era dono de uma pequena empresa de transporte e criava animais.


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