Folha de S. Paulo


Ato de Vargas não tem dimensão de quebra de decoro, diz Alves

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), saiu em defesa de seu vice, André Vargas (PT-PR), que fez provocações ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, durante a reabertura dos trabalhos do Congresso.

O PSDB representou contra Vargas no inicio da tarde de hoje na Corregedoria.

"Não acho que tem essa dimensão. Você pode discutir se foi gentileza ou não se foi cordialidade ou não, mas não tem essa dimensão de quebra de decoro parlamentar", disse.

E completou: "Acho que foi uma atitude de protesto. Ele e o partido vêm discordando dos procedimentos do Judiciário. Está no direito deles".

Um dos principais críticos do julgamento do mensalão, Vargas repetiu por diversas vezes, no plenário da Câmara, o gesto de erguer o punho cerrado, que foi adotado pelo ex-presidente do PT José Genoino e o ex-ministro José Dirceu no momento de suas prisões. O petista estava sentado ao lado de Barbosa na mesa da cerimônia.

Sérgio Lima-03.fev.2014/Folhapress
Joaquim Barbosa passa pelo deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados
Joaquim Barbosa passa pelo deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados

Em uma troca de mensagens pelo celular revelada hoje pelo o jornal "O Estado de S. Paulo", Vargas ainda sugeriu que gostaria de dar "uma cotovelada" no ministro. A mensagem foi confirmada pela assessoria do petista à Folha.

Vargas ainda tentou fazer um 'selfie' –tirar uma foto de si mesmo– enquadrando Barbosa ao lado e fez vídeos durante a cerimônia. O PSDB argumenta que Vargas feriu o Código de Ética da Câmara que determina "tratar com respeito e independência os colegas, as autoridades, os servidores da Casa e os cidadão com os quais mantenha contato no exercício da atividade parlamentar, não prescindindo de igual tratamento".

"Fiquei estarrecido, chocado. Foi inacreditável. Nós estamos estudando ainda a representação para não fazer nada precipitado, mas vamos representar", disse o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), à Folha. "Foi um gesto provocativo jamais visto. Ele não estava ali apenas como deputado, mas estava como vice-presidente da Câmara, representando a instituição. Além do gesto [punho cerrado erguido], que fica no simbolismo, teve essa troca de mensagem insinuando a cotovelada. Inaceitável essa postura depõe contra o Congresso", completou.


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