Folha de S. Paulo


Barbosa diz que pedido de prisão de João Paulo não sai nesta segunda-feira

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, afirmou que não será expedido nesta segunda-feira (3) o mandado de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que foi condenado pelo mensalão.

Ele não esclareceu o motivo. Questionado se o pedido de prisão deve ocorrer nesta semana, ele também não respondeu.

Barbosa disse também que está mais otimista para o ano. O Judiciário também retomou suas atividades na manhã de hoje.

Ele ficou sentado na mesa ao lado do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), um dos mais críticos ao julgamento do mensalão. O líder do PT, José Guimarães (CE), irmão do ex-deputado José Genoino (PT-SP), outro condenado no mensalão, também circulou pela Mesa Diretora.

No mês passado, o presidente do STF chegou a criticar os colegas que assumiram o comando da corte durante suas férias por terem dado "um mês a mais de liberdade"a Cunha.

Na época, o tom de Barbosa foi de crítica aos ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram a presidência interinamente em janeiro e não assinaram o mandado de prisão do petista.

Os recursos apresentados pela defesa do deputado foram rejeitados por Barbosa no dia 6 de janeiro, horas antes do magistrado deixar o Brasil em férias.

Barbosa alega que não teve tempo hábil para assinar o mandado porque a decisão ainda não havia sido comunicada à Câmara de Deputados nem ao juiz de execuções penais.

No início da tarde, João Paulo almoçou com cerca de 30 militantes que estão acampados no estacionamento do STF em protesto contra a condenação de petistas no esquema do mensalão.

Durante a refeição, agradeceu o apoio e disse que, embora "alguns queiram", a única coisa que ele não vai fazer "é ficar calado".

A declaração de João Paulo acontece na semana seguinte à do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de que os condenados deveriam ficar no "ostracismo". Ontem, o parlamentar também havia rebatido críticas do ministro em artigo publicado na Folha.

Ele comeu arroz, feijão, carne ensopada com batata, mandioca e linguiça, carne seca desfiada e salada de tomate com cebola. Para beber foi servido suco de uva e refrigerante de laranja. O deputado elogiou a comida, só reclamou por não haver algo "para abrir o apetite".

Perguntado sobre a passagem de João Paulo pelo acampamento, Barbosa afirmou que não ficou sabendo.


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