Folha de S. Paulo


ONG fundada por pai de Padilha recorrerá se convênio for cancelado

A ONG da qual o pai do ministro da Saúde é sócio e fundador se prepara para recorrer da decisão do titular da pasta, Alexandre Padilha, que anunciou nesta quinta-feira (30) que cancelaria o convênio de R$ 199,8 mil com a entidade.

"Caso isso seja confirmado, Koinonia irá recorrer pelos meios cabíveis, pois trata-se de um contrato assinado. No entender de Koinonia, cumprimos todos os trâmites exigidos", informou.

A Koinonia, entidade que tem entre os sócios-fundadores o pai do ministro, Anivaldo Padilha, reagiu anunciando vai tentar manter o convênio que já foi assinado e prevê formação e capacitação de 90 pessoas com aulas, palestras e jogos sobre tratamento e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis até dezembro.

Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Padilha afirmou em São Paulo que solicitou o cancelamento ao departamento jurídico do ministério "para poupar a instituição de qualquer exploração política".

Apesar do anúncio de Padilha, feito durante a participação de um evento na capital paulista, a ONG afirma que não recebeu nenhuma notificação do Ministério da Saúde sobre o cancelamento do convênio.

À Folha, o próprio ministério havia informado que a seleção da Koinonia foi feita com base em critérios técnicos e atendeu a todas as regras estabelecidas pelo governo federal.

No fim do ano passado, em 28 de dezembro, o ministro assinou o convênio com a ONG do próprio pai para um conjunto de ações a serem realizadas na capital paulista. Apesar de ter se desligado formalmente da direção da entidade em setembro de 2009, Anivaldo Padilha continua na lista de associados à entidade.

Entre suas funções como sócio da ONG, segundo a própria Koinonia, está a definição "das linhas gerais de ação" e eleição da diretoria e do conselho fiscal, que são feitas em assembleias anuais.

Além disso, ele admite que eventualmente participa de eventos e palestras na qual relata as ações da Koinonia.


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