Folha de S. Paulo


PT quer que filiados peçam demissão do governo Cabral

O presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, disse na tarde desta segunda-feira (27) que o partido vai determinar que seus filiados entreguem os cargos no Estado do Rio. Ele se reuniu com o governador Sérgio Cabral (PMDB) no Palácio Guanabara, sede do governo.

"A determinação do PT é que seja feita a exoneração imediata, com ato dos próprios petistas do governo. O PT está saindo do governo. Portanto todos os petistas devem sair", disse Quaquá, na saída da reunião.

O partido calcula ter até 400 filiados nomeados no governo. Dois fazem parte do secretariado de Cabral: Carlos Minc (Ambiente) e Zaqueu Teixeira (Assistência Social e Direitos Humanos). O primeiro está em férias, na Bahia.

A saída do PT do governo estava marcada para o dia 28 de fevereiro. O governador se antecipou e, por e-mail, comunicou a decisão de exonerar todos os petistas dos cargos na próxima sexta-feira (31). Quaquá diz que quer que todos saiam já.

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Washington Quaquá, presidente do PT do Rio
Washington Quaquá, presidente do PT do Rio

O presidente regional disse não temer que o PMDB do Rio deixe a base de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Os dirigentes fluminenses da sigla ameaçam abandonar a candidatura da petista caso o PT lance o senador Lindbergh Farias (PT) à sucessão no Rio, em vez de apoiar o nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

"Isso é tensão pré-eleitoral. O PMDB está fazendo o papel dele de pressionar, num período de reforma ministerial. Nós não queremos entrar nesse jogo. Não cabe ao PT-RJ fazer a discussão nacional. O PMDB vai ter candidato na Bahia, onde o PT tem governador, no Rio Grande do Sul, onde o PT tem governador. O PMDB tem essa característica federativa. É uma federação de partidos regionais. Não podemos contaminar a questão nacional com as questões locais", disse Quaquá.

Antes da reunião, o presidente regional da sigla disse que não faria oposição agressiva ao governo Cabral.


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