Folha de S. Paulo


Parada de Dilma em Portugal foi adequada, diz Presidência em nota

Em nota divulgada neste domingo, a Presidência da República afirma que a parada técnica da presidente Dilma Rousseff em Lisboa (Portugal) foi "adequada" porque o Airbus presidencial não tem autonomia para voar de Zurique (Suiça) a Cuba –onde Dilma cumpre agenda oficial a partir de hoje.

Na nota (leia a íntegra abaixo), o Planalto diz não ser verdade que a escala foi "desnecessária" porque a aeronave tem "autonomia média em torno de 9h45 minutos de voo dependendo das condições climáticas", tempo que a Presidência diz ser "insuficiente" para cumprir a rota de Dilma. A presidente estava na Suiça para participar do Fórum Econômico Mundial.

"A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica", diz a nota.

O comunicado também afirma não ser verdade que Dilma tenha passado o sábado em Lisboa. "Ela lá chegou às 17h30, e lá pernoitou, seguindo viagem na manhã seguinte. A decisão de fazer um voo diurno foi tomada pela Aeronáutica a partir da avaliação das condições meteorológicas, que permitiram que o trecho Lisboa-Havana fosse coberto no domingo em 9 horas 45 minutos", diz a nota.

Reprodução/instagram/Themahotels
Dilma com o chef do restaurante Eleven, Joachim Koeper
Dilma com o chef do restaurante Eleven, Joachim Koeper

A presidente chegou a Lisboa por volta das 17h (horário local) de sábado e se hospedou no Ritz, um dos mais caros da capital portuguesa. Uma parte da equipe ficou hospedada no Tívoli, outro hotel de luxo. Dilma já deixou Lisboa rumo a Cuba. A Folha apurou que Dilma aproveitou a parada e saiu para jantar em um tradicional restaurante na capital portuguesa.

Congressistas da oposição vão pedir informações à Presidência da República sobre a parada técnica da presidente em Lisboa. Os oposicionistas querem, oficialmente, confirmar os gastos da comitiva presidencial no país para pedir o ressarcimento dos recursos aos cofres públicos.

"Se a presidente não tem compromissos oficiais em Lisboa, não tem como justificar esse turismo com dinheiro público. Há que se restituir os cofres públicos", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Líder do PSDB na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP) afirmou que a viagem é um "disparate" no momento em que o Brasil enxuga gastos em meio à instabilidade econômica internacional. "É um total disparate, uma afronta aos brasileiros. Dilma quer se reeleger para continuar passeando com dinheiro público", atacou o tucano.

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LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELO PLANALTO:

"Não é verdade que a comitiva presidencial tenha feito qualquer escala desnecessária em Lisboa.

A escala técnica era obrigatória. Dependendo de condições climáticas, o Airbus 319 presidencial tem autonomia média em torno de 9 horas e 45 minutos, tempo insuficiente para um voo direto entre entre Zurique e Havana. A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica.

Não é verdade que a presidenta tenha passado o sábado em Lisboa. Ela lá chegou às 17h30, e lá pernoitou, seguindo viagem na manhã seguinte. A decisão de fazer um vôo diurno foi tomada pela Aeronáutica a partir da avaliação das condições meteorológicas, que permitiram que o trecho Lisboa-Havana fosse coberto no domingo em 9 horas 45 minutos."


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