Folha de S. Paulo


PSB vai discutir votar com oposição no Congresso

Após o mal-estar provocado pelo texto publicado na página oficial do PT no Facebook com duras críticas ao governador Eduardo Campos (PE-PSB) e a sua neoaliada, a ex-senadora Marina Silva (PSB), a bancada do PSB vai discutir em fevereiro, na volta do recesso do Congresso, uma postura mais dura em relação a temas de interesse do Palácio Planalto no Legislativo.

No partido, há quem defenda que o PSB passe a reforçar o campo da oposição. Líder do PSB na Câmara e um dos principais aliados de Campos, Beto Albuquerque (RS) admitiu nesta quinta-feira (9) reavaliar a posição nas votações, mas disse que o martelo, em relação a integrar a oposição ou não, ficará para fevereiro.

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Albuquerque disse que, além do texto, a bancada está insatisfeita com o tratamento que tem recebido do governo e tem outras reclamações, como o fato de o governo só ter pago parte das emendas parlamentares.

Estava previsto para que, em média, cada um dos parlamentares recebesse R$10 milhões em recursos para suas obras apadrinhadas no Orçamento da União de 2013.

"Vamos reunir a bancada em fevereiro. No final do ano, o governo vingativo já detonou as emendas dos nossos deputados. Liberou só 50%. Neste tom grosseiro do PT, pelo visto não querem nossa colaboração nas boas propostas",afirmou. "Não vamos ajudar quem trata as pessoas com desprezo e ignorância", completou.

Procurada pela Folha, a Secretaria de Relações Institucionais informou que "cabe à pasta realizar a interlocução entre Parlamento e ministérios para tratar sobre propostas legislativas e orçamento da União. Mas é de competência de cada ministério a execução do limite orçamentário definido pela junta orçamentária".

Atualmente, o governo Dilma conta com mais de 400 deputados aliados. Desde de que saiu do governo pela pré-candidatura de Campos ao Planalto, a bancada, composta por 24 deputados, vem atuando de forma independente, mas colaborativa.

O clima entre PT e PSB aumentou depois que a página petista na rede social publicou o artigo intitulado "A balada de Eduardo Campos", afirmando que o governador é "tolo", "playboy mimado" e que "vendeu a alma à oposição" ao descartar a aliança com o PT e se lançar candidato ao Palácio do Planalto.

Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições deste ano, Campos respondeu na quarta-feira com uma nota na mesma rede social em que dizia: "Enquanto os cães ladram, a nossa caravana passa. Vamos em frente".

Antes de ser publicado pela equipe que administra a página do partido no Facebook, o texto teve o aval do vice-presidente nacional da sigla, Alberto Cantalice (RJ), responsável pelas redes sociais da legenda na internet.

Sem citar o episódio, Cantalice publicou a seguinte mensagem em seu perfil no Twitter: "a depender de alguns, vc deve apanhar e ainda achar que é justo. Não temos essa vocação. Coerência e fidelidade aos ideais não mudam à toa!."


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