Folha de S. Paulo


Ex-deputado condenado no mensalão irá trabalhar em hospital por R$ 7.500 mensais

Condenado a sete anos e dois meses de prisão no processo do mensalão, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) conseguiu nesta quarta-feira (8) autorização da Justiça para trabalhar fora da prisão.

Após audiência na Vara de Execuções Penais no fórum de Cuiabá, Henry foi autorizado, como havia solicitado, a trabalhar como coordenador de clínica médica no hospital particular Santa Rosa, na capital de Mato Grosso.

Segundo o advogado José Antônio Álvares, que representa o ex-deputado, Henry receberá R$ 7.500 mensais e poderá trabalhar nos dias úteis das 7h às 17h. Ele poderá deixar o presídio a partir desta quinta-feira (9).

Henry, de acordo com o defensor, é médico com especialização em anestesia, perícia médica legal e medicina hiperbárica (tratamento baseado no uso de oxigênio puro para cicatrização de feridas e combate a infecções).

Pedro Ladeira - 11.set.2013/Folhapress
Ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) conseguiu autorização da Justiça para trabalhar fora da prisão
Ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT) conseguiu autorização da Justiça para trabalhar fora da prisão

Condenado à prisão em regime semiaberto por corrupção e lavagem de dinheiro, Henry está detido no anexo da penitenciária central de Mato Grosso, em Cuiabá. Com a decisão do juiz Geraldo Fidélis, tem agora permissão para ficar fora da unidade a partir das 6h, voltando às 19h. Poderá ainda se ausentar aos sábados até as 14h e deverá passar domingos e feriados na unidade.

A Justiça fixou outras condições que são praxe no regime semiaberto, como proibição de ingerir bebidas alcoólicas e comprovação do trabalho na função solicitada. Determinou ainda o uso de tornozeleira eletrônica durante o período fora da prisão, mas o Estado de Mato Grosso ainda não usa esse equipamento.

Henry era líder do PP quando a Folha revelou o mensalão, em 2005. A maioria dos ministros entendeu que ele participou das negociações que levaram ao repasse de pelo menos R$ 3 milhões do valerioduto para o PP e ao uso da corretora Bônus Banval para distribuir o dinheiro.

O ex-deputado renunciou ao mandato na Câmara dos Deputados no mês passado, minutos após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar o início do cumprimento de sua pena.


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