Folha de S. Paulo


Condenado do mensalão cumprirá pena em ilha

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, cumprirá pena numa ilha de Pernambuco, seu Estado natal, a partir desta sexta-feira (27).

Corrêa chegou ao Recife no início da tarde, algemado, em voo da Avianca. Dois agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, escoltaram o ex-deputado durante a viagem.

Pedro Henry e Pedro Corrêa são transferidos do presídio da Papuda

Assim que desceu do avião, foi levado por quatro policiais federais em uma van ao IML (Instituto Médico Legal), no centro do Recife, onde faria exame de corpo de delito antes de seguir para um centro de triagem em Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.

Alan Marques - 1º.fev.2006/Folhapress
O ex-deputado Pedro Corrêa durante sessão do Conselho de Ética da Câmara.
O ex-deputado Pedro Corrêa durante sessão do Conselho de Ética da Câmara.

A unidade é a porta de entrada no sistema prisional pernambucano. Em data ainda a ser definida, Corrêa será transferido para a penitenciária agroindustrial São João, em Itamaracá, ilha na região metropolitana da capital pernambucana.

Curiosos e jornalistas se aglomeraram na porta do IML para ver o ex-deputado sair.

Correa começou a cumprir a pena de sete anos e dois meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

O ex-deputado pernambucano havia solicitado ao STF (Supremo Tribunal Federal) permissão para cumprir a pena na cadeia pública de Jataúba, no interior de Pernambuco, próximo à fazenda dele e à pousada de sua mulher.

O pedido, no entanto, foi indeferido pelo STF. O STF também não permitiu que Corrêa trabalhasse em um posto de saúde em Santa Cruz do Capibaribe (PE).

O ex-vereador Clóvis Corrêa, primo de Pedro, esteve no IML e defendeu o ex-deputado. "Pedro não pegou em nenhum dinheiro", afirmou.

De acordo com a Secretaria Estadual de Ressocialização, Corrêa ficará em cela com outros dois presos, em um pavilhão onde estão detentos que trabalham no presídio, ex-policiais e ex-servidores públicos.

A identidade e os crimes cometidos pelos colegas de cela do ex-deputado não foram revelados, mas a secretaria informou que trata-se de um pavilhão "mais tranquilo".

Mesmo sem conseguir um emprego, Corrêa terá direito a 35 saídas da unidade prisional ao longo do próximo ano, já que cumprirá pena em regime semiaberto.

Segundo a Secretaria de Ressocialização, são sete dias fora da cadeia em cinco momentos que ainda não foram definidos.

A Folha não conseguiu contatar a defesa de Pedro Corrêa nesta sexta-feira.


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