Folha de S. Paulo


STF autoriza Tolentino a se apresentar e ficar preso em BH, diz advogado

O advogado de Rogério Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva, disse que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, deferiu o pedido que havia feito para que seu cliente possa se apresentar em Belo Horizonte e ficar preso na capital mineira, sem necessidade de ir para Brasília, como os demais réus.

A prisão de Tolentino --ex-advogado e ex-sócio de Marcos Valério de Souza, o operador do mensalão-- foi decretada na tarde desta quinta-feira (12) por Barbosa. Ele foi condenado a seis anos e dois meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção.

Alan Marques-27.set.05/Folhapress
O advogado Rogério Tolentino foi condenado a 6 anos e 2 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção
O advogado Rogério Tolentino foi condenado a 6 anos e 2 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção

Abreu e Silva disse que Barbosa determinou que a expedição do documento com dados da condenação seja enviado a um juiz de execução penal de Belo Horizonte.

O advogado disse ainda que Tolentino deverá se apresentar nesta sexta-feira (13), porque pretende conversar antes com o juiz para quem Barbosa enviou a carta de ordem de prisão. "O mandado vai ser cumprido, mandou tem que cumprir", disse o advogado.

Afirmou acreditar que somente por volta das 12h terá falado com o juiz, mas admitiu que seu cliente poderá se apresentar à PF antes desse horário para evitar que ele seja preso pelos agentes federais.

No pedido enviado a Barbosa, ele disse que, sendo decretada a prisão, Tolentino possa permanecer em BH "pela inconteste desnecessidade de seu deslocamento até Brasília, com posterior retorno ao seu domicílio, assumindo o compromisso, de pronto, de se apresentar perante a autoridade que for designada, sem necessidade de mandado ou de intimação".

Também foi usado como argumento a "economia processual e também economia para o erário público'. Os sete primeiros mineiros presos no mensalão se apresentaram na Polícia Federal em BH e, no dia seguinte, foram transferidos em avião da PF para Brasília.

Posteriormente, o ex-dirigente do Banco Rural Vinícius Samarane se apresentou em Brasilia.

Seis condenados de Minas continuam presos na capital federal. As duas únicas mulheres condenadas, a ex-banqueira Kátia Rabello, e Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da agência de Valério, desde segunda-feira (9) cumprem pena em presídio feminino de BH.

O governo mineiro reservou a penitenciária José Maria Alkimin, na região metropolitana de Belo Horizonte, para os presos do mensalão condenados do regime semiaberto cumprirem suas penas, caso de Tolentino e do ex-deputado Romeu Queiroz (ex-presidente do PTB).


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