Folha de S. Paulo


Inquérito que investiga cartel no Metrô chega ao STF e cita três secretários

O inquérito da Siemens que investiga a existência de um cartel que atuava no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi distribuído à ministra Rosa Weber do STF (Supremo Tribunal Federal).

O caso foi enviado ao Supremo devido a um depoimento sigiloso prestado à Justiça de São Paulo pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer.

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No depoimento, Rheinheimer citou como destinatários de propina Edson Aparecido (PSDB), chefe da Casa Civil de Alckmin, Rodrigo Garcia (DEM), secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o estadual Campos Machado (PTB). Todos negam as acusações.

Outro secretário de Alckmin, José Aníbal (Energia), é citado pelo ex-executivo da Siemens como alguém que tinha "estreito relacionamento" com Arthur Teixeira, lobista que foi indiciado duas vezes pela Polícia Federal sob suspeita de repassar recursos da Siemens e Alstom para políticos.

Como Aparecido, Garcia, Jardim e Aníbal são deputados federais licenciados e têm foro privilegiado, o caso foi remetido para análise do STF.

Até o momento constam dez investigados no sistema oficial que detalha o inquérito no site do Supremo. Entre eles estão os secretários estaduais Aníbal, Aparecido e Garcia.

Na lista de investigados também estão o deputado Arnaldo Jardim, três ex-dirigentes da CPTM, dois familiares de um ex-diretor da companhia e o consultor Arthur Gomes Teixeira.

Questionado sobre a ausência no sistema eletrônico de alguns nomes citados pelo delator no depoimento, o STF disse que não poderia dar esclarecimentos porque o processo tramita em segredo de Justiça.

Editoria de Arte/Folhapress

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