Folha de S. Paulo


Conversamos de amenidades, diz Sarney sobre voo de ex-presidentes à África do Sul

"Não se pode censurar nada aqui porque todas as correntes políticas estão representadas." A frase, dita pelo ex-presidente Lula durante o voo para a África do Sul, foi a senha para que as conversas entre a presidente Dilma e seus convidados ficassem no campo das amenidades.

Segundo o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), o comentário de Lula pautou, de fato, a viagem. "Quando todos se reúnem, como foi na viagem para os funerais do Mandela, não há espaço para conversa sobre política atual, ficamos todos nas conversas amenas, sem tensões", disse o peemedebista.

Sarney disse que seus colegas conversaram muito sobre a "política brasileira passada", nada de atualidades. "O professor Fernando Henrique (PSDB-SP) falou muito sobre o período de luta das diretas-já", lembrou Sarney. Quanto a ele, o hoje senador disse: "Estou mais no tempo de ouvir do que de falar".

Roberto Stuckert/Divulgação/PR
José Sarney, Lula, Dilma, Fernando Henrique e Collor posam antes do embarque para a África do Sul para o funeral de Mandela
José Sarney, Lula, Dilma, Fernando Henrique e Collor posam antes do embarque para a África do Sul para o funeral de Mandela

A presidente Dilma, segundo Sarney, foi "muito amável e carinhosa" com todos, que viajaram na ala reservada do avião presidencial.

Além de Dilma, Lula, FHC e Sarney, também estava no voo o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). A viagem foi cansativa. Dilma e os ex-presidentes, convidados pelo Palácio do Planalto para participar da cerimônia em homenagem a Nelson Mandela, chegaram à África do Sul no início da madrugada de terça-feira. Chegaram ao hotel por volta das 4h e logo no início da manhã já estavam no estádio onde ocorreu a homenagem.

Depois de sete horas de cerimônia, foram para o aeroporto. "Pegamos chuva na saída do estádio, ficamos todos molhados, tivemos de nos enxugar dentro do avião, nem trocamos de roupa", lembrou Sarney, 83 anos, dizendo, bem-humorado, que "o velhinho aqui resistiu".

Na chegada a Brasília, por volta das 2h30 de terça-feira (10), Lula e FHC trocaram de avião e seguiram num jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para São Paulo.


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