A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) um convite para o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) prestar esclarecimentos sobre as denúncias de cartel no metrô de São Paulo.
Com o convite, o ministro não é obrigado a comparecer ao Congresso. A oposição queria convocar Carvalho, o que tornaria sua presença obrigatória. A base governistas negociou a ida do ministro à Câmara para evitar a convocação e garantiu que ele está disposto a dar explicações sobre o caso.
O requerimento aprovado prevê que ele deve falar sobre a conduta do atual presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinícius Marques de Carvalho, que teria omitido em seu currículo o fato de ter trabalhado no gabinete do deputado estadual petista Simão Pedro (SP). Foi Simão Pedro que teria repassado informações ao Ministério da Justiça sobre um cartel nas licitações de metrô e trens durante os governos do PSDB em São Paulo.
Ficou acertado ainda que Carvalho falará sobre o vazamento à imprensa de informações e documentos sigilosos, sob responsabilidade do Cade, que indicariam a participação de nomes ligados ao PSDB em denúncias de propinas pagas por empresas. O PSDB anunciou ainda que vai enviar um requerimento com pedido de informação ao presidente do Cade, solicitando esclarecimentos sobre o vazamento de informações e sobre o fato de não ter relatado o seu trabalho com o deputado estadual petista no currículo.
Além de costurar a presença de Carvalho, os governistas também rejeitaram uma convocação para o ministro prestar esclarecimentos sobre as acusações do ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, de que o governo do PT teria montado dossiês contra adversários políticos e engavetado investigações.
Os requerimentos que pediam a convocação de Tuma Jr. para falar das acusações, no entanto, foram adiados. O PSDB apresentou requerimento semelhante para ouvir Tuma Júnior na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que se reúne na tarde desta quarta.