Folha de S. Paulo


Renúncia é 'totalmente compatível' com saúde de Genoino, afirma Mercadante

Um dos ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante (Educação) defendeu nesta terça-feira (3) a decisão de José Genoino de renunciar ao mandato.

Em sua carta de renúncia, o petista reforçou que é inocente no processo do mensalão e que a atitude representa uma "breve pausa nessa luta, que representa o início de uma nova batalha, dentre as tantas que assumi ao longo da vida".

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Para Mercadante, a decisão de Genoino é "totalmente compatível" com o "estado de saúde dele". "Ele teve um processo muito grave, uma fissura da aorta em três pontos. É uma cardiopatia muito grave. Ele tem ainda descontrole de pressão, de coagulação do sangue", afirmou.

Para o ministro, essa situação representa "dificuldades evidentes de retomar qualquer atividade nessas condições de saúde".

Preso desde o dia 15 de novembro, o deputado licenciado José Genoino decidiu nesta terça-feira (3) renunciar ao mandato.

Em carta, Genoino, 67, destaca que dedicou 25 anos à Câmara dos Deputados e mais de 45 anos de luta em prol da defesa intransigente do Brasil, da democracia e do povo brasileiro. "Sempre lutei por ideias e jamais acumulei patrimônio ou riqueza" e que " a razão de ser da minha vida é a luta por sonhos e causas ao longo dos últimos 45 anos, reitero que entre a humilhação e a ilegalidade prefiro o risca da luta", destacou Genoino. A saída será publicada amanhã no "Diário Oficial" da Câmara.

A Mesa Diretora da Câmara se reuniu hoje para decidir se abria ou não o processo de cassação. Aos 67 anos, o deputado licenciado passou por uma cirurgia cardíaca em julho, mas parecer de uma junta médica da Câmara divulgado na semana passada negou seu pedido de que fosse imediatamente aposentado por invalidez.


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