O diretório do PT na Bahia referendou nesta sexta-feira (29) o nome do secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, como o candidato do partido ao governo do Estado.
A definição veio um dia após o governador Jaques Wagner (PT) anunciar o secretário como o seu preferido para a disputar a sucessão.
Costa afirmou à Folha que a indicação era motivo de orgulho e que pretende, caso eleito, dar continuidade à gestão de Wagner, que classificou como a "melhor que a Bahia já teve em várias áreas".
"Entendo que o governador pavimentou um caminho firme para que a Bahia possa dar um salto nos próximos anos e me sinto honrado de poder conduzir este processo", afirmou o secretário, que é deputado federal licenciado.
Após uma reunião a portas fechadas de cerca de três horas, a direção do partido apresentou resolução que indicou o nome de Costa para a disputa, texto aprovado pela maioria dos 65 membros do diretório.
Os outros três pré-candidatos do partido, o ex-prefeito de Camaçari Luiz Caetano, o senador Walter Pinheiro e o ex-presidente da Petrobras e atual secretário de Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli, acataram a decisão.
Pelo regimento, eles poderiam convocar um encontro dos delegados do partido para uma eleição interna para escolher o candidato ou convocar prévias.
Preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a disputa, Gabrielli defendeu a unidade e disse que disputas internas "deixam sequelas". Ele não irá disputar nenhum cargo nas eleições do próximo ano e irá discutir com Wagner sua permanência no governo baiano.
Pinheiro afirmou que a decisão não foi a que ele esperava, nem foi por consenso. Contudo, disse que a escolha por referendar a candidatura neste momento "foi a mais responsável".
Citou exemplos em que disputas internas acabaram prejudicando o partido, como nas prévias das eleições de 2002 no Rio Grande do Sul, em que o governador Olívio Dutra perdeu a indicação para a sucessão para Tarso Genro, que acabou perdendo a eleição.
"A vida segue. Agora, o melhor a fazer é preparar para a disputa, pois não será uma eleição fácil", disse o senador.
Além de Costa, deverão disputar as eleições para o governo da Bahia a senadora Lídice da Mata (PSB). Na oposição, o candidato deverá ser o ex-governador Paulo Souto (DEM) ou o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB). O PSOL vai disputar com o servidor público Marcos Mendes.
HISTÓRICO
Rui Costa é amigo há mais de 30 anos de Wagner, com quem ingressou na política no Sindicato dos Químicos e Petroleiros. Entre 2007 e 2010, foi secretário da articulação política do governador, sendo eleito deputado federal em 2010 com a maior votação do PT no Estado.
Em 2012, assumiu a Casa Civil e foi indicado por Wagner para cuidar de projetos importantes como o do metrô de Salvador, obras de mobilidade urbana na capital e ações de combate à seca.