Folha de S. Paulo


Mesmo preso, jamais deixarei a política, diz Genoino a revista

O deputado federal José Genoino disse que só foi condenado pelo STF porque era presidente do PT. Ele também voltou a negar ter cometido crimes. As afirmações foram dadas à revista "IstoÉ" dentro do presídio da Papuda, na quinta-feira (21) em Brasília.

"Não cometi nenhum crime. Estou preso porque era presidente do PT. Por isso sou um preso político", disse ele. "Fui condenado por corrupção, sem nunca ter mexido com dinheiro".

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Genoino também afirmou que, mesmo preso, não deixará a política. "Jamais deixarei a vida política. Posso ter que mudar a forma, o local e o uniforme, mas o sentido da minha vida é lutar por sonhos e causas".

Foi a primeira entrevista do deputado desde que ele se entregou, no dia 15, para começar a cumprir a pena por sua participação no mensalão. Ele disse que a situação o fez lembrar das prisões durante a ditadura militar. "A sensação de estar preso injustamente é a mesma".

Genoino disse ainda que nunca pensou em fugir do país e criticou a transferência dos presos a Brasília. "Depois de uma viagem de quatro horas totalmente desnecessária, ficamos quatro horas em um pátio porque não sabiam onde nos colocar", disse o deputado. "Se não sabiam onde nos colocar, por que nos fizeram viajar?", acrescentou.

A transferência para Brasília aconteceu no sábado (16), um dia depois de Genoino e José Dirceu terem se apresentado à superintendência da Polícia Federal em São Paulo para começarem a cumprir suas penas. O deputado deu detalhes ainda de sua situação de saúde e disse que precisa fazer uma biópsia porque sofre com palpitações, dores nas pernas e alteração na voz.

Depois de passar mal na quinta, Genoino foi transferido para um hospital de Brasília. Lá ele será examinado por médicos nomeados pelo ministro Joaquim Barbosa, que vai decidir se o deputado pode cumprir o resto da pena em prisão domiciliar.


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