Folha de S. Paulo


Deputada ítalo-brasileira pede informações sobre Pizzolato na Itália

A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno solicitou informações ao Ministério do Interior da Itália sobre a eventual presença de Henrique Pizzolato naquele país e a documentação usada para a viagem. Na próxima semana ela estará na Itália, onde pretende tratar do assunto.

Cardozo dará explicações sobre fuga de Pizzolato

Editoria de Arte/Folhapress
A FUGA DE PIZZOLATO Como o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão conseguiu escapar das autoridades

Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.

Ele é considerado foragido desde a semana passada. Em carta, disse que fugiu para a Itália, país em que também tem cidadania. Seus passaportes (o brasileiro e o italiano), porém, haviam sido apreendidos pela Polícia Federal.

Segundo relato de amigos, o ex-diretor viajou sem passaporte, com um documento provisório de viagem, emitido por um consulado.

"Eu perguntei [ao ministério] exatamente isso: se foi emitido um segundo passaporte ou uma autorização de viagem, onde isso está registrado, em qual consulado e se há indícios da entrada ou da presença dele na Itália", afirma Bueno.

Até agora, a deputada, que é nascida no Brasil e foi eleita para o Parlamento italiano em fevereiro, com 20 mil votos de cidadãos italianos que vivem no Brasil, não obteve resposta do ministro Angelino Alfano.

"Eu estou insistindo com o ministro diariamente. Mas eles estão tendo muita cautela nessa relação diplomática", diz.

A deputada também entrou em contato com o Consulado-Geral da Itália em Curitiba, que tem jurisdição nos Estados do Paraná e de Santa Catarina.

Bueno é filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) e é filiada ao PPS, partido pelo qual foi vereadora em Curitiba (2009-2012). Ela foi eleita deputada para o Parlamento italiano em fevereiro, com votos de cidadãos italianos que vivem no Brasil e América do Sul --12 das 630 cadeiras do parlamento são preenchidas por cidadãos italianos que vivem no exterior. Atualmente, em razão do mandato como deputada, ela vive em Roma.

Há a possibilidade de que Pizzolato tenha tirado sua cidadania e a eventual autorização para a viagem nesse consulado, já que é nascido em Santa Catarina.

O cônsul-geral, porém, informou à deputada que não poderia passar informações a respeito de Pizzolato, e que somente o Ministério do Interior responderia sobre o caso.

A Folha também entrou em contato com o consulado em Curitiba, mas não conseguiu obter informações.


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