Folha de S. Paulo


"Tudo o que sei é pela imprensa", diz juiz do DF

O juiz titular da Vara de Execuções Penais do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), Ademar Silva de Vasconcelos, ainda não foi comunicado pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, sobre a execução das penas dos presos do mensalão.

De acordo com o juiz, é necessário que o ministro expeça uma carta de sentença à Vara onde indicará a pena a ser cumprida por cada condenado. Sem este documento, Ademar explica que nada pode fazer.

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"Eu não sei de absolutamente nada porque não recebi documento nenhum. Tudo o que sei é o que estou lendo na imprensa", afirmou.

O ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, detidos ontem em São Paulo, embarcam nesta manhã para Brasília, onde a Justiça terá que determinar o locar em que iniciarão o cumprimento das penas.

Segundo Ademar, se os réus chegarem à capital apenas com o mandado de prisão, eles não poderão ser encaminhados para as penitenciárias, a não ser que o próprio Joaquim Barbosa determine a execução das penas. "A ordem de prisão é dada pelo ministro e a Polícia Federal tem que se reportar a ele. Só com o mandado eu não posso executar a pena", disse.

De acordo com o juiz, não há ainda uma previsão para que ele receba as cartas de sentença. "Todo mundo está preocupado com o mensalão, mas ninguém se preocupa com os 12,5 mil presos que eu tenho que cuidar. Tenho que manter todo o sistema estabilizado", reclamou Ademar. "Eu não posso parar minha rotina por causa de um processo que nem é meu. O processo está no Supremo".

Além de Dirceu e Genoino, os outros 9 réus que se entregaram à Polícia Federal também deverão ser encaminhados à Brasília.

Editoria de arte/Folhapress

Dos condenados no julgamento do mensalão, da lista dos 12 primeiros mandados, ainda não se entregou à policia somente Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil. Ele está foragido na Itália.


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