Três agentes da Polícia Federal estiveram em dois endereços do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, em Copacabana, zona sul do Rio, na noite desta sexta-feira (15) e não o encontraram.
Segundo a assessoria da PF, a família ligou e informou que o ex-diretor, condenado no processo do mensalão, se entregará sábado, quando seu advogado chegar de Brasília. Pizzolato, que tem cidadania italiana, cumprirá pena de 12 anos e 7 meses de prisão, em regime inicialmente fechado.
O blogueiro Alexandre Teixeira, que afirmou ser amigo pessoal de Pizzolato, desceu do apartamento na rua Domingos Ferreira depois que os agentes da polícia saíram e disse: "Ninguém sabe onde ele está".
"O advogado dele chegará amanhã [sábado] e dará os esclarecimentos necessários", disse Teixeira.
Veja especial sobre o julgamento do mensalão
Genoino e outros 5 condenados do mensalão se apresentam à Polícia Federal
Delúbio vai se entregar amanhã cedo à Polícia Federal
Operador do mensalão, Marcos Valério se entrega em BH
José Dirceu se apresenta à PF em São Paulo
'Viva o PT', grita Genoino ao se entregar à Polícia Federal
Com a presença da imprensa e a chegada da polícia, muitos curiosos se aglomeraram na frente do prédio. Populares, a maioria sentada num boteco do outro lado da rua, gritavam "Pega Ladrão".
Ao descer, Teixeira distribuiu para as pessoas que estavam em frente ao prédio exemplares da revista "Retrato do Brasil" com reportagem que aponta supostas provas de inocência de Pizzolato. Um homem, ao ver o conteúdo, rasgou uma das publicações em frente às câmeras de TV.
O comerciante Pedro Dolabella, vizinho do condenado, recebeu os agentes da PF e defendeu a prisão. "Chega de impunidade. O povo precisa reagir. Não podemos dar cobertura para rato", disse.
Pizzolato foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido propina em troca de permitir o desvio de R$ 76 milhões para o esquema do mensalão.
A transação se daria por meio de contratos de publicidade firmados com as agências de publicidade do operador do mensalão, o empresário Marcos Valério.
Os ministros entenderam que Pizzolato, à época ligado ao PT, recebeu R$ 326 mil para permitir a fraude.
O ex-diretor do BB afirma que os repasses foram para ações de marketing realizadas.