Antes de saber que ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) não estava na lista dos que tiveram a prisão decretada hoje pelo STF, seu advogado disse que ele já estava pronto para se entregar à Polícia Federal.
O STF (Supremo Tribunal Federal) expediu 12 mandados de prisão contra condenados no processo do mensalão. Ainda não foi divulgada a lista com os nomes, mas o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino estão nesta primeira leva. Jefferson, no entanto, não teve seu mandado de prisão expedido.
O advogado do petebista, Marcos Pedreira Pinheiro de Lemos, disse à Folha que uma eventual operação de captura seria um "linchamento público" dos condenados.
"Quero crer que o STF não patrocinará um espetáculo desse. Ninguém precisa desse círculo de horrores", afirmou Pinheiro de Lemos.
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"Não acredito que nenhum dos réus vá se evadir [fugir] ou agir de forma violenta. Mas se quiserem fazer um linchamento público, vão fazer", disse.
Desde quarta-feira (15), a Superintendência da PF no Rio de Janeiro mantém equipes de prontidão para uma eventual ordem de prisão dos réus que vivem no Estado.
Jefferson aguarda a decisão do STF em sua casa de campo em Comendador Levy Gasparian (RJ), próximo à divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais.
JUNTANDO OS CACOS
Pinheiro de Lemos disse que o autor da denúncia do mensalão está "juntando os cacos" após a recusa ao seu pedido de prisão domiciliar, na quarta-feira.
Ele elogiou o comportamento de Jefferson ao longo do processo. O ex-deputado sofreu cirurgia no ano passado para retirar um câncer no pâncreas.
"Ele é um herói, um lutador. Qualquer pessoa em seu lugar teria se deixado abater. Ele, não", afirmou o advogado.