A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) disse nesta quarta-feira (13) que a exumação do presidente João Goulart (1919-1976) representa "a retomada do Estado democrático".
"A investigação é uma missão de Estado, humanitária, cumprida com total isenção", disse a ministra sobre as críticas à mobilização política prevista para a exumação de Jango.
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Questionada por um jornalista sobre as despesas da exumação, a ministra afirmou que: "custa menos do que uma ditadura, porque essa custou vidas, exílio, significou a morte. Estamos valorizando a democracia".
Além de Maria do Rosário, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também participa da exumação em São Borja (a 581 km de Porto Alegre), na fronteira com a Argentina.
Cardozo chegou por volta das 8h30 ao cemitério e disse que a exumação do presidente João Goulart é uma situação "simbólica" para o Brasil.
"É um momento crucial, simbolicamente muito importante para o povo brasileiro. O fato de os restos mortais serem recebidos com honras de chefe de Estado marca um momento muito importante", falou.
Cardozo afirmou que, caso o envenenamento seja comprovado, o governo ainda vai avaliar que medidas poderão ser tomadas. O ministro se mostrou otimista sobre as chances de um exame conclusivo. "Técnicas modernas podem revelar resultados e levar a conclusões. Vamos deixar os peritos trabalharem e oxalá consigam demonstrar a verdade."
Os restos mortais serão levados na manhã de quinta (14) para Brasília, onde o presidente deposto pelo golpe militar de 1964 será homenageado pela presidente Dilma Rousseff.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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