Folha de S. Paulo


Privatizações devem ser feitas em 'ambiente jurídico estável', diz Aécio

Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) defendeu nesta segunda-feira (11) que as novas privatizações sejam feitas em um "ambiente jurídico e institucional estável".

Segundo o tucano, principal nome do PSDB para concorrer à Presidência em 2014, o Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores estrangeiros para iniciar um novo ciclo de privatizações e isso não será feito no governo da presidente Dilma Rousseff.

"O setor privado é um parceiro e precisa ser privilegiado", declarou Aécio durante evento com empresários na Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre.

O senador mineiro defendeu as privatizações realizadas no Brasil até hoje e disse que "atrair o capital privado para as concessões é muito importante em todas as áreas", pois este é o setor que deve "planejar e executar" junto com o governo federal.

Para Aécio, porém, o governo do PT não conseguiu criar o cenário de confiança necessário para que o capital privado invista no país. "O governo Dilma fracassou e coloca em risco algumas conquistas importantes", como a estabilidade fiscal e a confiança frente aos investidores estrangeiros. "E o PSDB estará unido para apresentar uma alternativa ao que está aí", disse o tucano.

Em reportagem publicada hoje no "Valor Econômico", conselheiros do senador Aécio defenderam uma nova política de privatização e, também, propuseram rever a política de desonerações. Segundo eles, não se pode esperar, pelo menos não no curto prazo, uma queda na carga tributária nem o crescimento do PIB num ritmo mais acelerado num eventual governo tucano.

Questionado sobre se concordava ou não com os conselheiros, Aécio afirmou que "ouve muitas pessoas, mas não tem porta-vozes. A opinião dessas pessoas não é necessariamente a minha".

As declarações de Aécio acontecem três dias depois das críticas que o ex-governador de São Paulo José Serra destinou ao PSDB. Segundo o paulista, reclamar do leilão de Libra pela via da privatização, como faz Aécio, não é eficaz e não rende votos ao partido.

O saldo do governo petista, avaliou o mineiro, será, no fim de 2014, "um crescimento pífio, inflação alta e maquiagem fiscal".

Sobre a possibilidade de rever a política de desonerações, medida defendida por alguns de seus conselheiros econômicos, Aécio foi mais cauteloso e afirmou que "as desonerações que estão feitas, estão feitas, e não há clima para mexer no salário mínimo".

O senador reafirmou seu compromisso de apresentar uma agenda no início de dezembro com as principais propostas do partido para um futuro governo. Segundo ele, o PT não avançou na agenda, "porque prefere o poder à agenda transformadora".


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