Folha de S. Paulo


Trabalhadores rurais ocupam entrada de shopping em Maceió

Cerca de mil trabalhadores rurais ocuparam por duas horas a entrada de um shopping center em Maceió (AL), atrasando a inauguração do empreendimento na manhã desta quinta-feira (7).

As famílias de agricultores são ligadas a quatro movimentos: CPT (Comissão Pastoral da Terra), MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade).

Segundo a Polícia Militar, eles seguiam em passeata pelas ruas de Maceió e, às 9h (10h pelo horário de Brasília), ocuparam as rampas e o jardim do Parque Shopping Maceió, que tinha inauguração marcada para as 11h.

A PM e a administração do shopping informaram que não houve confronto nem tentativa de invasão do centro de compras.

Os manifestantes realizam a "Marcha por terra e justiça" desde segunda-feira (4). Eles cobram uma audiência com representantes dos governos estadual e federal para resolver a situação de quatro áreas onde há 12 anos vivem 400 famílias em Murici e Atalaia, na zona da mata de Alagoas.

Segundo Carlos Lima, coordenador regional da CPT, há quatro anos as famílias enfrentam ameaça de despejo. "O governo não tem dinheiro para reforma agrária, mas tem dinheiro para jogar em empreendimento privado", disse Lima, referindo-se ao crédito do BNDES usado nas obras do shopping.

Os manifestantes deixaram o local por volta das 11h, após o governo de Alagoas marcar uma audiência com os líderes dos movimentos para esta tarde.

De acordo com a CPT, o governo federal também ficou de conversar com os movimentos, mas ainda não há uma data para que isso ocorra. Segundo a assessoria de imprensa do shopping, a inauguração do centro de compras está mantida para esta quinta.


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