Folha de S. Paulo


Ministro da Justiça vê diferença entre espionagem feita pelo Brasil e pelos EUA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta terça-feira (5) que o Brasil adote as mesmas práticas de espionagem das quais foi vítima pelos Estados Unidos.

Ao comentar as revelações da Folha de que o governo brasileiro espionou diplomatas de países como Rússia, Irã e EUA, Cardozo afirmou que essas foram ações de contraespionagem que não violaram direitos das pessoas. Na sua avaliação, o episódio não abala a imagem do Brasil.

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"Eu vejo situações completamente diferentes. O que nós tivemos em relação ao Brasil e outros países foi uma violação do sigilo, de regras da Constituição Brasileira. Ou seja, violaram-se mensagens telemáticas, violaram-se ligações telefônicas. Violações que afrontam a soberania brasileira", afirmou.

Sergio Lima-17.jun.13/Folhapress
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que episódio de espionagem não abala a imagem do Brasil
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que episódio de espionagem não abala a imagem do Brasil

O ministro destacou que as ações de contraespionagem feitas pelo Brasil, divulgadas pela Folha, foram realizadas em território nacional.

"Isso é absolutamente legal, dentro das regras que estão postas. Quando você acha que existem espiões de potências estrangeiras atuando no Brasil, você faz o quê? Deixa espionarem? Não. Você faz a contraespionagem", afirmou.

O ministro destacou ainda que todos os países fazem ações desse tipo. "O que eu não posso fazer é violar direito das pessoas, a soberania das pessoas. Essa me parece uma diferença crucial. Se nós não fizermos essa distinção, vai dar a impressão de que estamos usando o mesmo método que nós recriminamos. Isso não é verdade", insistiu.


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