Folha de S. Paulo


Dilma acerta reuniões com PMDB para diminuir atritos em disputas nos Estados

A presidente Dilma Rousseff acertou com o seu vice, Michel Temer (PMDB), encontros separados com integrantes do PMDB que têm entrado em atrito com o PT nos Estados nas montagens das chapas regionais para as eleições do ano que vem.

Principal aliado do PT na coalizão que dá sustentação política a Dilma, o PMDB tem pressionado o governo federal e a cúpula petista a intervir nas negociações em alguns Estados, principalmente o Rio de Janeiro e o Ceará.

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O PMDB responde por 2min20s dos cerca de 12 minutos que a candidatura de Dilma pode ter na propaganda eleitoral na TV em 2014.

A presidente já havia recebido os senadores peemedebistas Eduardo Braga, que pretende disputar o governo do Amazonas no ano que vem, e Jader Barbalho, que quer o apoio do PT para a candidatura ao governo de seu filho Helder Barbalho no Pará.

Agora, Dilma receberá separadamente o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Vital do Rêgo (PMDB-PB).

O Rio tem abrigado o principal conflito entre PMDB e PT. Cabral cobra apoio ao nome de seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas o PT insiste na candidatura do senador Lindberg Farias.

No Ceará, Eunício quer o apoio do PT, mas o partido tende a caminhar com o candidato a ser escolhido pelos irmãos Cid Gomes, governador do Estado, e Ciro Gomes, que trocaram o PSB de Eduardo Campos pelo recém-criado Pros para manter o apoio à reeleição de Dilma.

Na Paraíba, a presidente tem que administrar um palanque duplo: o de seu ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), e o do ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital (PMDB), irmão do senador Vital do Rêgo.

"Pouco a pouco vamos ajustando os vários Estados, isso depende de diálogo, conversa, estruturação, e estamos fazendo isso, estamos conversando Estado por Estado. Tenho muito otimismo e acho que no ano que vem teremos as questões estaduais ajustadas", afirmou Temer.

O vice-presidente não quis comentar declaração de setores da esquerda do PT de que ele agiria como um "sabotador" na aliança dilmista.

"Não brigo pra baixo, não respondo. Mas compreendo as angústias humanas, há grupos que naturalmente disputam internamente, e nessa disputa interna muito emocionada, o que não deve acontecer na política, é natural que alguns se excedam, mas nada mais do que isso. Eu diria que não tenho resposta para isso."


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